Skip to main content

Duas canções sobre pássaros, vida, morte, memória e sentido

-->
Pájaros
Café Tacvba

Un pájaro en el cielo atravesó.
Estaba yo dormido y a mi cuerpo despertó.
Como una luz fugaz se deslizó.
Alcanzó las estrellas y entre ellas se perdió.

De pronto casi todo entendí.
Así que de repente supe a que vengo aquí.
Algunos que se han marchado ya.
Algunos que ya vienen y otros seguimos acá

La tierra que me vio nacer.
El cielo me hará perecer.
Tus manos me hicieron crecer.
Mis hijos me harán renacer.

Yo sé que tal vez no regresarás,
Pero aquí con nosotros por siempre estarás.
Del cielo al suelo llega tu raíz.
Los que vienen llegando ya me hacen muy feliz.

Mis manos queriendo rezar, 
Mis ojos queriendo llorar,
Mis labios queriendo reír,
Escucho la tierra vivir.



The Beginning of Memory
Laurie Anderson

There's a story in an ancient play about birds called “The Birds”
And it's a short story from before the world began.
From a time when there was no earth, no land.
Only air and birds everywhere.
But the thing was
There was no place to land
Because there was no land.
So they just circled around and around
Because this was before the world began.
And the sound was deafening.
Songbirds were everywhere.
Billions and billions and billions of birds.
And one of these birds was a lark and one day her father died.
And this was a really big problem because,
what should they do with the body?
There was no place to put the body
because there was no earth.
And finally the lark had a solution:
She decided to bury her father in the back of her own head.
And this was the beginning of memory.
Because before
No one could remember a thing.
They were just constantly flying in circles,
Constantly flying
In huge
Circles.

Comments

Popular posts from this blog

Contos: "O engraçado arrependido" de Monteiro Lobato

Monteiro Lobato conta em "O engraçado arrependido" a história trágica de um homem que não consegue se livrar do papel de palhaço da cidade, papel que interpretou com maestria durante 32 anos na sua cidade interiorana. Pontes é um artista, um gênio da comédia e por motives de espaço coloco aqui só o miolo da introdução em que o narrador descreve o ser humano como “o animal que ri” e descreve a arte do protagonista: "Em todos os gestos e modos, como no andar, no ler, no comer, nas ações mais triviais da vida, o raio do homem diferençava-se dos demais no sentido de amolecá-los prodigiosamente. E chegou a ponto de que escusava abrir a boca ou esboçar um gesto para que se torcesse em risos a humanidade. Bastava sua presença. Mal o avistavam, já as caras refloriam; se fazia um gesto, espirravam risos; se abria a boca, espigaitavam-se uns, outros afrouxavam os coses, terceiros desabotoavam os coletes. E se entreabria o bico, Nossa Senhora! eram cascalhadas, eram rinchavelhos, e...

Poema meu: Saudades da Aldeia desde New Haven

Todas as cartas de amor são Ridículas. Álvaro Campos O Tietê é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia, mas o Tietê não é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia porque não corre minha aldeia. Poucos sabem para onde vai e donde vem o ribeirão da minha aldeia, 
 que pertence a menos gente 
 mas nem por isso é mais livre ou menos sujo. O ribeirão da minha aldeia 
 foi sepultado num túmulo de pedra para não ferir os olhos nem molhar os inventários da implacável boa gente da minha aldeia, mas, para aqueles que vêem em tudo o que lá não está, 
 a memória é o que há para além do riberão da minha aldeia e é a fortuna daqueles que a sabem encontrar. Não penso em mais nada na miséria desse inverno gelado estou agora de novo em pé sobre o ribeirão da minha aldeia.

Uma gota de fenomenologia

Esse texto é uma homenagem aos milhares de livrinhos fininhos que se propõem a explicar em 50 páginas qualquer coisa, do Marxismo ao machismo e de Bakhtin a Bakunin: Uma gota de fenomenologia Uma coisa é a coisa que a gente vive nos ossos, nos nervos, na carne e na pele; aquilo que chega e esfria ou esquenta o sangue do caboclo. Outra coisa bem outra é assistir essa mesma coisa, mais ou menos de longe. Nem a mãe de um caboclo que passa fome sabe o que é passar fome do jeito que o caboclo que passa fome sabe. A mãe sabe outra coisa, que é o que é ser mãe de um caboclo que passa fome. Isso nem o caboclo sabe: o que ela sabe é dela só, diferente do caboclo e diferente do médico que recebe o tal caboclo e a mãe dele no hospital. O médico sabe da fome do cabloco de um outro jeito porque ele já ficou mais longe daquela fome um tanto mais que a mãe e outro tanto bem mais que o caboclo. O jeito que o médico sabe da fome daquele caboclo pode ser mais ou menos só dele ainda, mas isso só se ele p...