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O mundo é o parquinho dos bilionários

Além do abuso sistemático de meninas adolescentes, são componentes da história funesta de Jeffrey Epstein, o bilionário que se suicidou na prisão:

1. Doações milionárias para universidades (no caso, Harvard);
2. Jantares elegantes para cientistas e acadêmicos respeitados;
3. Amigos poderosos igualmente endinheirados;
4. Comissões misteriosas no valor de milhões de dólares;
5. Informação privilegiada sobre idas e vindas do mundo dos negócios;
6. Operações secretas em paraísos fiscais;
7. O serviço leal e discreto de bancos gigantescos;
8. Fundações de caridade que recebem e transferem dinheiro em transações estranhas;
9. Investigações internas que são misteriosamente abortadas antes de chegar ao final;
10. Gangs de advogados com a ferocidade de pit bulls treinados para luta pronto para intimidar;
11. Acordos camaradas com promotores generosos em processos;
12. Revelações escabrosas feitas apenas depois que o sujeito caiu em desgraça. 

Eis os doze componentes básicos da história de Epstein e muitos outros bilionários espalhados pelo mundo, gente sentada em cima de fortunas que transformariam a vida de milhões de miseráveis esfomeados que se espalham pelo mundo. O décimo terceiro componente, neste caso, é o abuso sexual de menores. Há outros "décimo-terceiros" no caso de outros bilionários. Posso resumi-los generalizando e dizendo que em todos eles há sempre um lado B de vítimas do seu poder e da sua agressividade: empregados desesperando cometendo suicídio; gente envenenada pelo ar, pela água ou pela comida que é forçada a usar; pessoas perdendo tudo o que têm para 'desastres' provocados; campanhas políticas sujas; etc. Nós vivemos no playground desses mastodontes. Somos a areia que eles pisam ou os brinquedos que eles amassam quando se sentam. Com a simpatia e leniência de políticos e governos comprados, eles brincam com o nosso destino. Sozinhos, sem nos unir sindicatos ou partidos ou grupos políticos, estamos à mercê dos seus caprichos.

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