Deixem abrir as banquinhas de mercado:
são pasto hoje como foram antes pasto,
óleo azeitando a máquina do estado.
São baratas tontas, sonhando acordadas
com os frutos amargos do trabalho
cada vez mais inútil e cansado,
cada vez mais feio e desesperado
cada vez mais em si mesmo fechado.
Deixem abrir e deixem fechar,
pintem paredes e troquem telhados
dessa casa inerte e imprestável:
abençoados sejam todos os desocupados.
Mas tenham cuidado: o passado,
travestido de farsa, mora aqui ao lado.
são pasto hoje como foram antes pasto,
óleo azeitando a máquina do estado.
São baratas tontas, sonhando acordadas
com os frutos amargos do trabalho
cada vez mais inútil e cansado,
cada vez mais feio e desesperado
cada vez mais em si mesmo fechado.
Deixem abrir e deixem fechar,
pintem paredes e troquem telhados
dessa casa inerte e imprestável:
abençoados sejam todos os desocupados.
Mas tenham cuidado: o passado,
travestido de farsa, mora aqui ao lado.
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