É natural que gostemos mais de certos artistas por causa de uma afinidade particular com um determinado tipo específico de arte. É natural, por exemplo, que gostemos, uns mais de Pollock, outros mais de Mondrian ou uns mais de Pollock e Mondrian e outros de Warhol, etc. E pode ser divertido se sentar na mesa do bar e discutir sobre essas nossas afinidades. Mas a crítica jornalística precisa levar outras coisas em conta, principalmente quando se dispõe a julgar o mérito do trabalho de um artista. Para começo de conversa, o crítico precisa explicitar se quer identificar e avaliar um projeto estético em si ou se quer julgar o mérito de um Mondrian ou um Pollock ou um Warhol dentro dos parâmetros que eles escolheram ou desenharam para si mesmos. Confundindo essas duas coisas completamente diferentes, a crítica jornalística tem muito pouco a acrescentar além do óbvio. Por exemplo, é um exercício banal e pouco instrutivo, mas comum, criticar um Spielberg com as balizas de um Bergman ou vice-versa. O resultado é invariavelmente o mesmo: um sentencia que Spielberg é frenético, pouco reflexivo, maniqueísta e usa truques baixos de retórica emocional e o outro diz que Bergman é um “chato”, lento demais, insistindo em um enredo “frouxo” sem grandes interesses e desprovido de suspense e portanto sem algo que prenda de fato a audiência. Vamos para a poesia e vemos um sujeito dizer que um certo poema concreto articula um discurso superficial e insuficientemente crítico enquanto outro chama um poema da poesia marginal de prosaico, hedonista, inconsequente. Ler Chacal com a baliza de Castro Alves é um gesto tão fútil quanto ler João Cabral ou Castro Alves com a com a baliza de Chacal. Que sentido tem reclamar da “pobreza das harmonias e melodias” de uma banda Punk? Para que eu perderia o meu tempo lendo sobre isso? Não parece tudo tão óbvio? Para que então eu perder meu tempo escrevendo sobre isso? Ora, basta ler a crítica de jornal com certa regularidade para perceber que parte da crise da mesma se deve à irrelevância em que ela acaba caindo por causa de um mar de obviedades, isso para não falar de “debates” que partem dessa confusão entre o mérito de uma proposta e o mérito de uma obra específica e degeneram rapidamente para uma troca de impropérios deprimente. Nada contra a veemência, mas é preciso ser veemente sobre alguma coisa consistente. Essa tendência ao bate-boca vazio deixa a impressão de que todos gritam muito alto para esconder o fato de que não estão dizendo nada.
1. O crescimento dos protestantes no Brasil é realmente impressionante, saindo de uma pequena minoria para quase um quarto da população em 30 anos: 1980: 6,6% 1991: 9% 2000: 15,4%, 26,2 milhões 2010: 22,2%, 42,3 milhões Há mais evangélicos no Brasil do que nos Estados Unidos: são 22,37 milhões da população e mais ou menos a metade desses pertencem à mesma igreja. Você sabe qual é? 2. Costuma-se, por ignorância ou má vontade, a dar um destaque exagerado a Igreja Universal do Reino de Deus e ao seu líder, Edir Macedo. A IURD nunca representou mais que 15% dos evangélicos e menos de 10% dos protestantes como um todo. Além disso, a IURD diminuiu seu número de fiéis nos últimos 10 anos de acordo com o censo do IBGE, ao contrário de outras denominações, que já eram bem maiores. 3. Os jornalistas dos jornalões, acostumados com a rígida hierarquia inst...
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