A marca da mancha
da espuma da baba
do verso raivoso
escrito no travesseiro,
é som abafado
de osso esmagado
por entre os ferros
da porta do carro
que arde no fogo,
esvai-se em fumaça
e deixa um punhado
de cinza no chão
que o vento carrega
e a chuva retorna
fundida na lama
que o sol resseca num pó
amargo e fino que irrita
a sua garganta.
Como é que veio cá
amarrar a sua égua
o velho cansado
que espera o futuro
no centro de mim?
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