É um falso dilema, não tem grande ligações com a realidade, mas eu sou daqueles que, embora não seja um entusiasta da modalidade, acredito no valor relativo da masturbação mental [aliás já pararam para pensar no moralismo implícito de quem usa uma expressão qualquer agregada ao termo masturbação para significar algo negativo, improdutivo, inútil?]. Depois de ler um par de reportagens em jornais brasileiros sobre o que chamam [para mim num equívoco completo] de “fiasco olímpico”, textos típicos em sua fúria, no ódio e desprezo a si mesmos e no complexo de inferioridade misturado com megalomania que compõe a psique particular do meu país, imaginei a seguinte situação, assumidamente fantasiosa e quase imbecil. Se o gênio da lâmpada maravilhosa oferecesse ao Brasil um nível de vida do Canadá em troca de termos um futebol “canadense”, o que responderia o Brasil?
Todas as cartas de amor são Ridículas. Álvaro Campos O Tietê é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia, mas o Tietê não é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia porque não corre minha aldeia. Poucos sabem para onde vai e donde vem o ribeirão da minha aldeia,
que pertence a menos gente
mas nem por isso é mais livre ou menos sujo. O ribeirão da minha aldeia
foi sepultado num túmulo de pedra para não ferir os olhos nem molhar os inventários da implacável boa gente da minha aldeia, mas, para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
a memória é o que há para além do riberão da minha aldeia e é a fortuna daqueles que a sabem encontrar. Não penso em mais nada na miséria desse inverno gelado estou agora de novo em pé sobre o ribeirão da minha aldeia.
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Alguém me falou disso, mas não tinha a referência, e fiquei curiosa.