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Masturbação mental também é cultura

É um falso dilema, não tem grande ligações com a realidade, mas eu sou daqueles que, embora não seja um entusiasta da modalidade, acredito no valor relativo da masturbação mental [aliás já pararam para pensar no moralismo implícito de quem usa uma expressão qualquer agregada ao termo masturbação para significar algo negativo, improdutivo, inútil?]. Depois de ler um par de reportagens em jornais brasileiros sobre o que chamam [para mim num equívoco completo] de “fiasco olímpico”, textos típicos em sua fúria, no ódio e desprezo a si mesmos e no complexo de inferioridade misturado com megalomania que compõe a psique particular do meu país, imaginei a seguinte situação, assumidamente fantasiosa e quase imbecil. Se o gênio da lâmpada maravilhosa oferecesse ao Brasil um nível de vida do Canadá em troca de termos um futebol “canadense”, o que responderia o Brasil?

Comments

Você leu o artigo de um americano, sobre os atletas brasileiros, com o título "por que eles choram tanto?"
Alguém me falou disso, mas não tinha a referência, e fiquei curiosa.
Nao encontrei nada na net, Sabina. Vc sabe em que jornal saiu isso?
Acompanhei as olimpíadas. Fui jogador de polo aquático. Inclusive o comentarista da partida, Raul Amaya, era meu técnico. Gostei da China. Acho q o Brasil poderia ganhar mais medalhas, mas sou contra a psicologização do esporte. O q estão fazendo é esquecer do treino, obrigadso por ter estado no meu blogue.
Pois é, Rodrigo, eu não acho que o Brasil foi mal nas Olimpíadas, não. Sinceramente 15 medalhas não é pouco e para nós acho que é bastante. Perdemos um par de medalhas de ouro que acho que dava para ganhar, mas é na hora da competição que as coisas se resolvem e muitos outros atletas de outros países também chegam muito bem nas finais. Principalmente em esportes em que se ganham medalhas por centésimos de segundos, um detalhe mínimo separa um ouro de um quarto lugar. Chegamos mais longe que o habitual em vários esportes em que não temos muita tradição, chegamos a uma primeira final de ginástica olímpica e ganhamos uma primeira medalha feminina em taekwondo, vela, atletismo e natação. O problema é que o Brasil [aqui falo muito mais dos espectadores que dos atletas] cria sempre uma esperança megalomaníaca de hegemonia mundial, como no futebol. Melhoramos um pouco [o número de medalhas de ouro em Atenas foi além do esperado] e estamos próximos da performance de países como Canadá, Suécia e Dinamarca e acima de países parecidos como Argentina, México e Índia. Ficar se comparando a Rússia, Estados Unidos e China me parece quase masoquismo, você não acha?

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