Nos Estados Unidos, considerado o centro mundial do consumismo mais extremado, há um curioso movimento radical chamado Freeganism [a palavra mistura de Veganism com Free]. É um movimento de anti-consumismo radical que define uma forma de vida: os freegans variam muito de uma comunidade para outra mas, em geral, eles costuram suas próprias roupas de roupas [usadas e descartadas pelos outros], aprendem a comer coisas como cogumelos e frutas silvestres que encontram pelos parques e florestas daqui, se locomovem apenas a pé ou de bicicleta [reciclada a partir de bicicletas abandonadas] ou, em ultimo caso, de transporte público. Trabalham sempre o mínimo possível. Alguns organizam “free, really free markets” onde as pessoas fazem trocas e dão presentes umas às outras, outros ocupam edifícios abandonados e fazem hortas comunitárias em terrenos baldios. Outros ainda complementam sua dieta com o que encontram em lixeiras, geralmente de restaurantes.
Sinceramente admiro as pessoas que têm a coragem de fazer escolhas num mundo de teleguiados como é o nosso. Além do mais, os Freegans não fazem mal a ninguém.
Mas não deixa de ser triste a primeira idéia que me veio a cabeça: caramba, no Brasil (e em outros países ricos ou pobres cheios de gente miserável) há um exército de Freegans compulsórios, obrigados a viver dos restos e a consumir o mínimo possível.
Me lembro de uma passagem no excelente livro que li recentemente que comentava sobre as mudanças do capitalismo contemporâneo nos EU, onde os magros com o corpo disciplinado por uma rotina metódica de exercícios eram os ricos e os pobres eram gordos como as caricaturas dos burgueses na virada do século 19 para o 20.
Sinceramente admiro as pessoas que têm a coragem de fazer escolhas num mundo de teleguiados como é o nosso. Além do mais, os Freegans não fazem mal a ninguém.
Mas não deixa de ser triste a primeira idéia que me veio a cabeça: caramba, no Brasil (e em outros países ricos ou pobres cheios de gente miserável) há um exército de Freegans compulsórios, obrigados a viver dos restos e a consumir o mínimo possível.
Me lembro de uma passagem no excelente livro que li recentemente que comentava sobre as mudanças do capitalismo contemporâneo nos EU, onde os magros com o corpo disciplinado por uma rotina metódica de exercícios eram os ricos e os pobres eram gordos como as caricaturas dos burgueses na virada do século 19 para o 20.
Comments
pessoalmente, às vezes acho que um troço tipo bolsa-família podia ser visto de outra forma: se uma pessoa se satisfaz em viver com tão pouco, isso é bom para o planeta... então ela poderia receber o dinheiro gratuitamente, sem que soasse como assistencialismo.
seria ecologico.
poderia ser adotado até por pessoas relax da classe média.
já comprei um livro inglês, "the book of self-sufficiency", que ensinava a fazer tudo num sítio... roupas, queijo, salame, cerveja, moveis... incrível.
já a experiência rural-existencial do quiroga na argentina acabou em drama.
eu gosto muito do obituario de dashiell hammett escrito por lillian hellman. (coloquei um trecho no meu blog, faz tempo)
de certo modo, ela fala disso.