Ele fez essa carne de gente,
essa bolha inflada, essa massa
socada que engarrafa e gruda
no chão dessa terra essa alma
humana, esse bafo da boca
dEle, vaporosa vertigem de cinza e nada.
Mas Ele faz aparecer nessa
mesma massa esses picos e rachos
por onde esse vapor engenhoso,
esse fogo esbelto, essa música
delgada, essa coluna de silêncio
puro, esse rio assombroso
que se levanta do leito e flui
pelos ares, que escapa assim de volta,
sempre um pouco antes da hora.
Isso e tudo mais nesse inferno
que é o artesanato Seu aqui
na terra me aparece assim:
torcido e torneado com tinta
que escorre da Sua boca e condensa
no papel jornal dum livrinho vagaba
jogado num canto
cheio de entulho sobre-humano.
Ele nos quer assim:
formigueiros
crescendo dentro
de uma caixa de ferro,
sem caber dentro.
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