Em 1995 a imprensa brasileira festejou a quebra do monopólio da Petrobrás sobre a exploração como um grande passo para a “modernização” da economia brasileira. Roberto Campos chegou a posar para os fotógrafos socando e chutando um um dinossauro de plástico que ele segurava pelo rabo enquanto dizia: "As estatais são assim. Têm o corpo pesado, uma cauda enorme e o cérebro mínimo."
Dezesseis anos mais tarde a Chevron – que não é estatal mas parece ser também pesada, dona de um enorme rabo e de um cérebro convenientemente mínimo – traz, suponho que como oferenda evangélica à Iemanjá, petróleo que vazou “uma média de 330 barris por dia durante mais de uma semana” e ainda não estancou.
O diretor da ANAP, criada pelo príncipe FHC para administrar esse lindo “mercado livre à competição” parece que descobriu só agora que os caras da Chevron “não estavam preparados para executar o plano de abandono do poço que eles mesmo nos apresentaram.” O tal poço, aliás, foi perfurado pela mesma Transocean que já tinha trabalhado tão bem para a British Petroleum no Golfo do México. A tal aluna do Idelber Avelar deve estar mesmo certa quando diz que
Nosso ex-ministro Minc disse aos jornais – aparentemente, nunca se sabe – que essa tal Transocean é “pé-frio”. Sinceramente espero que daqui há 16 anos não estejamos nos lamentando sobre os desastres causados pelos pés-frios modernizadores que parece que vão executar Monte Belo. O Brasil não tem o direito de entrar o século XXI repetindo as mesmas barbaridades de 500 anos.
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