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Escavando notas 2 - Chain-Gangs e Gramsci

Prisioneiros trabalhando como varredores de rua em Washignton, 1909
 
O trabalho forçado das chain-gangs podem ser vistos como exemplo daquela “grande variedade de sintomas mórbidos” (33) de que fala Gramsci quando “o velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer”. O uso sem remuneração de mão-de-obra de presos – em sua maior parte negros – em obras públicas e particulares no sul dos Estados Unidos só acabou nos anos 50. Nos anos, 90 o Alabama foi pioneiro na tentativa de reviver o sistema, mas protestos de grupos de defensores de direitos humanos na justiça sepultaram a experiência. Para uma análise crítica do assunto no âmbito do sul dos Estados Unidos, ver Twice the Work of Free Labor de Alex Linchtenstein.

Comments

Na contramão, vi no documentario sobre Pierre Bourdieu um cara que defende um programa de renda mínima para presidiários.

Diz que o presididário não deixa de ser cidadão por estar preso, e mereceria o direito dos outros.
No Brasil está difícil de convencer as pessoas que os presidiários são gente, quanto mais cidadão, né?
Os chain gangs deixaram uma marca viva na cultura americana e por tabela no mundo inteiro: aquele tipo em filmes e desenhos, do presidiário com roupa listrada e uma corrente amarrada no pé com uma bola de metal na outra ponta. Uma coisa fascinante para mim tem sido esse constante reler de coisas americanas que eu vi no Brasil fora de contexto. Por exemplo, Chaplin, o gordo e o magro, os irmãos Marx, os três patetas e Jerry Lewis como uma longa tradição de comediantes judeus que brincavam com estereotipos do judeu nos Estados Unidos na primeira metade do século. Mas isso devia ser outro post!

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