"Andrógino" de Ismael Nery |
Fuga
Louise Glück
1.
Porque eu era a mais alta eu fazia o homem.
Porque eu era a mais alta eu fazia o homem.
Minha irmã era a que dizia
a que horas a gente comia.
De tempos em tempos ela paria.
a que horas a gente comia.
De tempos em tempos ela paria.
2.
Aí minha alma apareceu.
Quem é você, eu perguntei.
Quem é você, eu perguntei.
E minha alma respondeu,
Eu sou sua alma, o estranho irresistível.
Eu sou sua alma, o estranho irresistível.
3.
Nossa irmã morta
esperava, desconhecida na cabeça da minha mãe.
Nossa irmã morta
esperava, desconhecida na cabeça da minha mãe.
Nossa irmã morta não era nem
homem nem mulher. Ela era feito uma alma.
homem nem mulher. Ela era feito uma alma.
4.
Minha alma foi enganada:
se atou a um homem.
Não um homem de verdade, o homem
que eu fingia ser, brincando com a minha irmã.
Minha alma foi enganada:
se atou a um homem.
Não um homem de verdade, o homem
que eu fingia ser, brincando com a minha irmã.
5.
Está voltando para mim – deitar-se no sofá
refresca minha memória.
Minha memória é feito um porão cheio de papéis velhos:
nada muda nunca.
Está voltando para mim – deitar-se no sofá
refresca minha memória.
Minha memória é feito um porão cheio de papéis velhos:
nada muda nunca.
Essas são as primeiras cinco partes do poema, que tem dez partes. O original em inglês você encontra aqui.
Comments
Meu nome é Dalcin Lima. Adorei tua tradução de Fugue, de Louise Glück. Aliás vou usá-la no meu blog ars poetica et humanitas (arspoeticaethumanitas.blogspot.com.br)
Passa lá, deixa um comentário e, se possível siga-o.
FORTE ABRAÇO