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Chernoviz: Os acidentes e os remédios do amor


Os acidentes
Se considerarmos quanto são freqüentes e quão graves podem ser os accidentes do amor, facilmente convencer-nos-hemos de que os signaes que revelam esta paixão não são noções de mera curiosidade. Com effeito, não somente o amor excessivo distrahe das occupações, dos
(leveres sociaes, perturba todas as funeções e pode produzir o marasmo, mas até as suas conseqüências possíveis e mui freqüentes são desastrosas e variadas. Se as conveniências se oppòem á união, tem-se em perspectiva a immoralidade. O amor contrariado conduz á alienação mental, á melancolia, ao suicídio. Os jornaes regorgitam de narrações d'else gênero. Quantas pessoas, sem acabarem tão deploravelmenle, conservam no resto de sua existência uma sensibilidade e tristeza profunda! E quantas desgraças d’este gênero não poderiam ser prevenidas!

O remédio
A união dos amantes, se as conveniências o permittem, é o melhor remédio do amor. No caso contrario, a isolaçáo é uma das primeiras condições. Numa linguagem cheia de ternura e de razão, expõe-se ao amante desditoso os motivos que exigem a ruptura de todas as relações com a pessoa a quem deve renunciar, e que convém não tornar mais a ver. N'esse momento penoso as palavras que se lhes dirigem devem ser sem amargura nem cólera, porque, culpados ou innocentes, os amantes merecem compaixão. Cessar de se vêr, desesperar de se pertencer, é uma sentença horrível para elles; mas o tempo, nesta circumstancia como em muitas outras, trará suas  consolações. A duração da paixão será sem duvida mais ou menos longa, segundo o gráo de intensidade que adquirio, e segundo a constituição physica ou moral do indivíduo; mas raras vezes resistirá á ausência e ao tempo, que produzem o esquecimento. Entretanto, não devemos limitar-nos a estes meios naturaes; é preciso favorecer a sua acção por todos os outros (pie nos forem possíveis. O nome da pessoa querida nunca deve ser pronunciado; multipliquem-
se-lhes as distracções de natureza agradável, e não se deixem os interessantes doentes de amor meditarem na solidão ou ficarem silenciosos na sociedade. Os passeios, os exercícios quotidianos levados até á fadiga, serão um poderoso recurso. Nada iguala a mudança de logar e o bom effeito das viagens, a não ser talvez, a formação de alguma outra união conveniente.

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