como
Inglaterra amava Irlanda
“O
quê foi isso? – Um sonho?”
exclamou
Maxim.
“Ou
realidade?”
À
essa pergunta um cartãozinho responde sarcasticamente:
“Podemos
afirmar, muito felizmente
...
-
não foi nem sonho nem realidade.”[1]
Script
de MMM de Eisenstein, 1932
ah eu sei que ele me ama
como Inglaterra amava Irlanda
curioso até os dentes
ele me disseca
cientificamente
empenhado a ferro e fogo
em me salvar de mim mesmo
ah eu sei que ele me ama
como Inglaterra amava Irlanda
a mão direita tão doce
melancólica e lírica
amorosamente triste
vertendo lágrimas argentinas
de puro mercúrio
a esquerda tão despótica
inflexível, implacável,
garras afiadas de chumbo em penca
olhos duros de estanho
ah eu sei que ele me ama
como Inglaterra amava Irlanda
seu amor é pura posse
avalanche densa e profunda
que tange os meus ossos
e tritura meus gritos de socorro
quem me ouve não me acode
e ajudar quem quer não pode
todos sabem que ele me ama assim
como Inglaterra amava Irlanda
cried out Maxim.
“Or reality?”
To this, a little title card sarcastically replies:
“We can say, quite happilly
...
– it was neither one, nor the other.”
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