Trechos de discurso feito em Lisboa em 2009:
"O jardim de Goethe: atravessa-se o jardim em Weimar e encontramo-nos no terreno do campo de concentração de Buchenwald."
"A necessidade humana é frequentemente estúpida, desordenada, desprovida de beleza."
"Hoje construir um edifício significa que se aflora a física (a física dos materiais), a sociologia (um edifício é um complexo acto social), a economia (como financiá-lo? Como irá ele sustentar-se?), aborda questões sanitárias, é claro, envolve estudos ambientais; compreender o que significa construir, tentar parar aquilo que estamos a fazer às nossas cidades, tentar obter conhecimento, a encantadora expressão inglesa é to read a building, lire un bâtiment, da mesma forma que se lê um livro ou um poema, entender o seu significado. Não há campo algum que a arquitectura não abranja, que não alcance, e temos de fazer alguma coisa para parar a barbárie, o clamor do dinheiro, o fascismo do dinheiro, que está a destruir as nossas cidades, mas antes temos de aprender um pouco sobre isso."
"De Pitágoras (e, claro, também antes) aos dias de hoje, tem sido uma viagem constante de descoberta, uma viagem constante de enriquecimento. É talvez a actividade mais peculiar do homem. A matemática pura está vedada a qualquer outro animal, a qualquer outra forma de vida. A tremendamente inútil beleza transcendental da matemática. Forneceu aos seres humanos uma das poucas provas de que, de facto, somos capazes de evoluir nem que seja um pouco."
"A música é a linguagem de toda a gente, não conhece fronteiras, não carece de tradução, recusa ser parafraseada. E a música é uma actividade que nos diz que somos capazes de sentir. Sim, sabemos que há algo mais. Há algo que não somos capazes de dizer, há algo que não conseguimos explicar. E a música lembra-nos continuamente da possibilidade da transcendência, a possibilidade de haver algo mais."
"O fosso entre as humanidades e as ciências é o aspecto mais preocupante e nocivo da nossa presente condição académica."
"Um dia, recentemente, o Senhor Deus tornou-se muito impaciente connosco. Basta, é suficiente, é suficiente. Desta vez o dilúvio é a valer. Não haverá Noé, nem Arca. Desta vez, adeus. A notícia corre. Deus disse-nos: “Dez dias, tendes mais dez dias.” E, na pequena aldeia, as pessoas vieram ter com o Rabino: “Dez dias?” O Rabino replica: “Dez dias é tempo mais que suficiente para aprendermos a respirar debaixo de água.” Nous tous, il faut prendre à respirer sur l’eau. Mas será uma aventura fabulosa."
O discurso inteiro está aqui.
"O jardim de Goethe: atravessa-se o jardim em Weimar e encontramo-nos no terreno do campo de concentração de Buchenwald."
"A necessidade humana é frequentemente estúpida, desordenada, desprovida de beleza."
"Hoje construir um edifício significa que se aflora a física (a física dos materiais), a sociologia (um edifício é um complexo acto social), a economia (como financiá-lo? Como irá ele sustentar-se?), aborda questões sanitárias, é claro, envolve estudos ambientais; compreender o que significa construir, tentar parar aquilo que estamos a fazer às nossas cidades, tentar obter conhecimento, a encantadora expressão inglesa é to read a building, lire un bâtiment, da mesma forma que se lê um livro ou um poema, entender o seu significado. Não há campo algum que a arquitectura não abranja, que não alcance, e temos de fazer alguma coisa para parar a barbárie, o clamor do dinheiro, o fascismo do dinheiro, que está a destruir as nossas cidades, mas antes temos de aprender um pouco sobre isso."
"De Pitágoras (e, claro, também antes) aos dias de hoje, tem sido uma viagem constante de descoberta, uma viagem constante de enriquecimento. É talvez a actividade mais peculiar do homem. A matemática pura está vedada a qualquer outro animal, a qualquer outra forma de vida. A tremendamente inútil beleza transcendental da matemática. Forneceu aos seres humanos uma das poucas provas de que, de facto, somos capazes de evoluir nem que seja um pouco."
"A música é a linguagem de toda a gente, não conhece fronteiras, não carece de tradução, recusa ser parafraseada. E a música é uma actividade que nos diz que somos capazes de sentir. Sim, sabemos que há algo mais. Há algo que não somos capazes de dizer, há algo que não conseguimos explicar. E a música lembra-nos continuamente da possibilidade da transcendência, a possibilidade de haver algo mais."
"O fosso entre as humanidades e as ciências é o aspecto mais preocupante e nocivo da nossa presente condição académica."
"Um dia, recentemente, o Senhor Deus tornou-se muito impaciente connosco. Basta, é suficiente, é suficiente. Desta vez o dilúvio é a valer. Não haverá Noé, nem Arca. Desta vez, adeus. A notícia corre. Deus disse-nos: “Dez dias, tendes mais dez dias.” E, na pequena aldeia, as pessoas vieram ter com o Rabino: “Dez dias?” O Rabino replica: “Dez dias é tempo mais que suficiente para aprendermos a respirar debaixo de água.” Nous tous, il faut prendre à respirer sur l’eau. Mas será uma aventura fabulosa."
O discurso inteiro está aqui.
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