Skip to main content

Quando o que não se diz diz mais do que o que se diz

Na mídia aprende-se mais notando o que não foi dito do que lendo o que foi dito. Por exemplo, o deputado acusado de assassinato, Ronaldo Cunha Lima, é chamado apenas de "deputado federal" na imprensa em geral. Já outros deputados em seus momentos de notoriedade, por exemplo o "professor Luisinho" ou Devanir Ribeiro são sempre "deputados do PT".
E para ser mais claro: acho que TODOS os deputados em seus momentos de notoriedade deveriam ser associados a seus partidos e também acho que esses momentos de notoriedade deveriam ser revistos com alguma constância, principalmente na época das eleicões.
Meu assunto é outro: para um leitor mais atento as omissões da imprensa revelam mais do que qualquer coisa.
Outro exemplo diferente: Armírio Fraga é entrevistado em grande jornal brasileiro e fala entusiasmado sobre a "revolução capitalista" no Brasil, mas ninguém pergunta a ele sobre a necessidade de quarentena para funcionários que ocuparam altos postos nos bancos centrais.
Porque será que era "de mau gosto" falar na imprensa sobre um certo filho ilegítimo de político famoso, filho e mãe que eram sustentados por uma certa grande empresa mais ao menos na época em que Renan Calheiros era Ministro da Justiça e não se ouvia falar nada de mal a seu respeito? O filho ilegítimo do Senador é pior? O senador é pior que o ministro?

Comments

Anonymous said…
CAROS AMIGOS deu(O Affair FerRique
e a"platinada" Miriam "O"utra) .
Juca de oliveira também,numa peça.
A diferença dos senadores resume-se
que o PecuNIOarista MEalheiros deu
nome à filha, ato que o sócio do ócio logo,desconhecemos se o fez.
Espera-se de D.Verônica,a fundaçâo
para se disTRAIR de uma ONG
ComuM Idade SoliTária.por wilson yoshio.http://blogdosamuraiuchinanchu.blogspot.com

Popular posts from this blog

Contos: "O engraçado arrependido" de Monteiro Lobato

Monteiro Lobato conta em "O engraçado arrependido" a história trágica de um homem que não consegue se livrar do papel de palhaço da cidade, papel que interpretou com maestria durante 32 anos na sua cidade interiorana. Pontes é um artista, um gênio da comédia e por motives de espaço coloco aqui só o miolo da introdução em que o narrador descreve o ser humano como “o animal que ri” e descreve a arte do protagonista: "Em todos os gestos e modos, como no andar, no ler, no comer, nas ações mais triviais da vida, o raio do homem diferençava-se dos demais no sentido de amolecá-los prodigiosamente. E chegou a ponto de que escusava abrir a boca ou esboçar um gesto para que se torcesse em risos a humanidade. Bastava sua presença. Mal o avistavam, já as caras refloriam; se fazia um gesto, espirravam risos; se abria a boca, espigaitavam-se uns, outros afrouxavam os coses, terceiros desabotoavam os coletes. E se entreabria o bico, Nossa Senhora! eram cascalhadas, eram rinchavelhos, e...

Poema meu: Saudades da Aldeia desde New Haven

Todas as cartas de amor são Ridículas. Álvaro Campos O Tietê é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia, mas o Tietê não é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia porque não corre minha aldeia. Poucos sabem para onde vai e donde vem o ribeirão da minha aldeia, 
 que pertence a menos gente 
 mas nem por isso é mais livre ou menos sujo. O ribeirão da minha aldeia 
 foi sepultado num túmulo de pedra para não ferir os olhos nem molhar os inventários da implacável boa gente da minha aldeia, mas, para aqueles que vêem em tudo o que lá não está, 
 a memória é o que há para além do riberão da minha aldeia e é a fortuna daqueles que a sabem encontrar. Não penso em mais nada na miséria desse inverno gelado estou agora de novo em pé sobre o ribeirão da minha aldeia.

Uma gota de fenomenologia

Esse texto é uma homenagem aos milhares de livrinhos fininhos que se propõem a explicar em 50 páginas qualquer coisa, do Marxismo ao machismo e de Bakhtin a Bakunin: Uma gota de fenomenologia Uma coisa é a coisa que a gente vive nos ossos, nos nervos, na carne e na pele; aquilo que chega e esfria ou esquenta o sangue do caboclo. Outra coisa bem outra é assistir essa mesma coisa, mais ou menos de longe. Nem a mãe de um caboclo que passa fome sabe o que é passar fome do jeito que o caboclo que passa fome sabe. A mãe sabe outra coisa, que é o que é ser mãe de um caboclo que passa fome. Isso nem o caboclo sabe: o que ela sabe é dela só, diferente do caboclo e diferente do médico que recebe o tal caboclo e a mãe dele no hospital. O médico sabe da fome do cabloco de um outro jeito porque ele já ficou mais longe daquela fome um tanto mais que a mãe e outro tanto bem mais que o caboclo. O jeito que o médico sabe da fome daquele caboclo pode ser mais ou menos só dele ainda, mas isso só se ele p...