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Poesía Mexicana II - Enrique González Martínez

González Martínez escrevia sonetos e era um sujeito respeitável nos anos 20 no México. De repente ele escreve um soneto em que propõe dar cabo sem dó nem piedade dos cisnes simbolistas e substituí-los por uma circunspecta coruja, que antes de qualquer coisa, mantém os olhos bem abertos para a vida. Mais ou menos o mesmo grito de emancipação do modernismo brasileiro, mas sem qualquer traço de vanguarda - a tal coruja é da deusa Atenas...
Esses mexicanos... que loucura! Será mesmo? Será que a nossa historiografia que insiste que 1922 viu a invenção do moderno num Brasil arcaico, não merece uma revisão? Não parece um pouco forçada a idéia de simplesmente chamar qualquer escritor moderno antes de 1922, como Lima Barreto e Machado de Assis, de pré-modernistas? Vale a pena ler de novo o poema "Os Sapos" de Manuel Bandeira [lido na Semana de Arte Moderna], principalmente do ponto de vista formal. Será que "Os Sapos" é completamente diferente de "Tuércele el cuello al cisne..."?

Tuércele el cuello al cisne...

Tuércele el cuello al cisne de engañoso plumaje
que da su nota blanca al azul de la fuente;
él pasea su gracia no más, pero no siente
el alma de las cosas ni la voz del paisaje.

Huye de toda forma y de todo lenguaje
que no vayan acordes con el ritmo latente
de la vida profunda... y adora intensamente
la vida, y que la vida comprenda tu homenaje.

Mira al sapiente búho cómo tiende las alas
desde el Olimpo, deja el regazo de Palas
y posa en aquel árbol el vuelo taciturno. . .

El no tiene la gracia del cisne, mas su inquieta
pupila, que se clava en al sombra, interpreta
el misterioso libro del silencio nocturno.

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