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Diario de Tenochtitlán 4



Juana Inés de la Cruz nasceu em 1651 e desde pequena mostrou grande vocação para a vida intelectual. Acabou monja carmelita mas não aguentou a disciplina severa que lhe proibia ler e escrever e passou para a ordem das Jerónimas. Vira administradora de um convento, digamos VIP, onde mora numa "cela" de dois andares com direito a monja assistente para cozinhar e arrumar a casa. Lá escreveu a obra impressionante: começou com uma tal carta atenagórica em que chama na responsa nada mais nada menos que Antônio Vieira e sua concepção do amor. Tem as obras completas [poesía, teatro , ensaios] publicadas em vida tanto na Espanha como no México. Quando o barroco sai de moda, a obra de Sor Juana é pichada, mas o século XX recupera sua figura com juros e correção monetária.
O convento, no centro velho da cidade, foi transformado em campus de uma universidade privada, a Universidad del Claustro de Sor Juana, considerada por muitos a melhor instituição privada do México. O campus é bonito de doer! O auditório Divino Narciso é uma maravilhosa igreja barroca [foto da esquerda] e a cela "super-VIP" de uma marquesa virou esse simpático restaurante [foto da direita].
Olha aí que chique:
Inauguración de la Cátedra en Literaturas y Culturas de habla portuguesa J.M. Machado de Assis
Conferencia: El Páramo de João Guimarães Rosa

Imparte: Dr. Paulo Moreira de la Universidad de Yale

Organizan: Colegio de Humanidades

Vicerrectoría Académica

Lugar: Auditorio Divino Narciso

Bem, a coisa foi muito chique, inclusive com um conjunto musical, que aparece na foto, dedicado exclusivamente à música em português...

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