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[O acesso à internet anda bem restrito e o acúmulo de tarefas terrível, mas garanto aos meus inumeráveis leitores que eu ainda não desisti desse troço aqui.]
Rio, abril, 1954
"Foi assim: eu estava fazendo o livro de novelas - que iam ser 9 (número favorável, cabalisticamente) e estavam saindo enormes, algumas parecendo verdadeiros romances. Pois bem, já prontos os rascunhos das seis primeiras aconteceu que a sétima começou a revoltar-se. Os motivos requeriam espaço e mais espaço, o cartapacio crescia, crescia, por mais que eu tirasse, cortasse, comprimisse, empurrasse a coisada para dentro do saco. Fui ficando seriamente angustiado; até que, de repente, me veio a solução salvadora: mudar o escrito para um romance. Foi o que passei a fazer. A pulso, de cabeçada em cabeçada. Ei-lo, pois, que já chegou à página 219, ontem à noite. (...) A coisa está quente, os assuntos são tremendos, quase terroríficos. Não há capítulos, nem divisões de espécie alguma. Texto maciço. Tijolóide. Narrado, 1a pessoa, e o narrador é um ex-jagunço chefe de bando (...) Muito movimento, muito tiro, muitas batalhas e correrias de cavalo. Só depois, na primeira passada a limpo, é que vou ver se presta."
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Outro dia assistimos a uma peça montada a partir de 4 contos do "Primeiras Estórias". 4 diretores fizeram montagens diferente a partir dos contos escolhidos. Uma maravilha. Teve teatro de sombras, teatro de bonecos, tudo praticamente sem texto falado. Muito legal, mesmo. Fiquei me lembrando de você. Acho que ia curtir...