Monteiro Lobato conta em "O engraçado arrependido" a história trágica de um homem que não consegue se livrar do papel de palhaço da cidade, papel que interpretou com maestria durante 32 anos na sua cidade interiorana. Pontes é um artista, um gênio da comédia e por motives de espaço coloco aqui só o miolo da introdução em que o narrador descreve o ser humano como “o animal que ri” e descreve a arte do protagonista: "Em todos os gestos e modos, como no andar, no ler, no comer, nas ações mais triviais da vida, o raio do homem diferençava-se dos demais no sentido de amolecá-los prodigiosamente. E chegou a ponto de que escusava abrir a boca ou esboçar um gesto para que se torcesse em risos a humanidade. Bastava sua presença. Mal o avistavam, já as caras refloriam; se fazia um gesto, espirravam risos; se abria a boca, espigaitavam-se uns, outros afrouxavam os coses, terceiros desabotoavam os coletes. E se entreabria o bico, Nossa Senhora! eram cascalhadas, eram rinchavelhos, e...
Basicamente, mas não exclusivamente literatura: prosa e poesia.
Comments
Só não entendi se esse post cobra o linchamento de Aécio por parte da imprensa ou a pré-absolvição de Lula por uma eventual direção embriagada...
Pensando bem, deve ser a primeira opção já que o Lula já está mesmo pré-absolvido por qualquer coisa que tenha feito ou venha a fazer, desde 2005 e para toda a eternidade.
Porém, saindo um pouco desse "imediato", dá pra ler também uma crítica dura a esses veículos de comunicação ou à imprensa de um modo geral. Crítica essa que... também merece crítica! Pois não me parece que o humor da peça esteja, como você diz, chamando a atenção para um comportamento hipócrita generalizado, mas investindo na construção ou no reforço de um mito segundo o qual este comportamento hipócrita existe e é dirigido especificamente ao Lula e ao seu governo... e isso nunca foi verdade.
Nos 8 anos de governo Lula a única coisa mais dócil a ele do que a imprensa foi a oposição! Mesmo assim, ele jamais deixou de atacá-la (a imprensa) quase diariamente e de investir na idéia do tal “controle social da mídia”.
Então, acho que o problema é que, apesar de saber que radicalismos não costumam ser bons, eu tenho de assumir que sou, sim, um radical da liberdade de imprensa. E quando eu vejo críticas infundadas (já que falam de uma cobertura que não foi nem seria feita sobre um fato que não aconteceu) seja ao Jornal Nacional, seja à Carta Capital eu fico mesmo arrepiado... discuto, falo besteiras, crio polêmicas... Enfim, você pôs no ar um post de humor e já estou eu aqui escrevendo mais que pobre na chuva e enchendo seu saco. Radicalismo dá nisso.
De qualquer forma, eu também venho ao seu blog pra dizer “Otimo!” ás vezes, mas gosto muito quando surge uma oportunidade de debater. Mesmo porque eu costumo aprender muito com você e também sinto a sua falta por aqui.
Abração.