Alguns escrevem coisas banais como se estivessem elaborando complexidades sensacionais; Érico Veríssimo escrevia maravilhosamente, disfarçando em modéstia achados interessantíssimos.
A história que vou contar não tem a rigor um princípio, um meio e um fim. O Tempo é um rio sem nascentes a correr incessantemente para a Eternidade, mas bem se pode dar que em inesperados trechos de seu curso o nosso barco se afaste da correnteza, derivando para algum braço morto feito de antigas águas ficadas, e só Deus sabe o que então nos poderá acontecer. No entanto, para facilitar a narrativa, vamos supor que tudo tenha começado naquela tarde de abril.
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