Skip to main content

Duas frases

Duas frases de Politzer József aka Joseph Pulitzer


Uma imprensa cínica, mercenária, demagógica com o tempo produz um povo do mesmo quilate.

"A cynical, mercenary, demagogic press will in time produce a people as base as itself."

Todo reporter é uma esperança e todo editor, um desapontamento.

“Every reporter is a hope, and every editor is a disappointment.”


Comments

Fred Selvagem said…
O homem pode até ser um Joseph Pulitzer, mas acreditar que a imprensa é capaz de "produzir um povo" assim ou assado é ter a si mesmo em muito alta conta, né não?
Até hoje, eu sou o único cara que eu conheço que questiona essas idéias de "poder da mídia", "quarto estado" etc. Não me importo. Pra mim, imprensa só produz notícia.
Sabina, digamos que o cara tinha um dom de síntese do melhor do jornalismo, né? ;)
Fred: "produzir" é um bom verbo. No Brasil é difícil experimentar o que eu experimentei quando assinei o Daily Telegraph [conservador] por um ano e depois o The Guardian [esquerda] por outro ano, porque os jornalões são muito parecidos em termos de perfil ideológico. Bom, basta dar uma olhada na Itália de Berlusconi, pra não ficar nos mesmos exemplos de sempre.
Fred Selvagem said…
Quando eu falo em produzir notícia, quero dizer... produzir mesmo. Pra vender, de acordo com o que o mercado quer consumir.
Nesse sentido, acho mais realista acreditar que é a sociedade (ou o povo) que produz uma imprensa e não o contrário.
como eu não leio os jornais italianos, vou ficar no Brasil mesmo. Nossa sociedade não tem setores conservadores ou de esquerda expressivos o suficiente para justificar a existência de grandes veículos para atendê-los. Essa demanda do mercado tem sido suprida atualmente por blogs como o do Reinaldo Azevedo e o do Luiz Nassif, por exemplo.
Para a grande maioria do povo brasileiro, que não é ideológica mesmo, nós temos os jornalões e as TVzonas que também não o são. Apesar da esquerda sempre dizer que são... mas isso é mais uma estratégia de luta do que qualquer outra coisa.
Fred Selvagem said…
Só pra contestar mais um pouquinho esse suposto poder da mídia:
Note que, quando o governo brasileiro quer "produzir um povo" sempre disposto a combater (através do voto no PT, é claro)as elites preconceituosas, ele prefere usar um livro de português - e as escolas em geral - ao invés de recorrer à imprensa.

Popular posts from this blog

Protestantes e evangélicos no Brasil

1.      O crescimento dos protestantes no Brasil é realmente impressionante, saindo de uma pequena minoria para quase um quarto da população em 30 anos: 1980: 6,6% 1991: 9% 2000: 15,4%, 26,2 milhões 2010: 22,2%, 42,3 milhões   Há mais evangélicos no Brasil do que nos Estados Unidos: são 22,37 milhões da população e mais ou menos a metade desses pertencem à mesma igreja.  Você sabe qual é? 2.      Costuma-se, por ignorância ou má vontade, a dar um destaque exagerado a Igreja Universal do Reino de Deus e ao seu líder, Edir Macedo. A IURD nunca representou mais que 15% dos evangélicos e menos de 10% dos protestantes como um todo. Além disso, a IURD diminuiu seu número de fiéis   nos últimos 10 anos de acordo com o censo do IBGE, ao contrário de outras denominações, que já eram bem maiores. 3.      Os jornalistas dos jornalões, acostumados com a rígida hierarquia inst...

Poema meu: Saudades da Aldeia desde New Haven

Todas as cartas de amor são Ridículas. Álvaro Campos O Tietê é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia, mas o Tietê não é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia porque não corre minha aldeia. Poucos sabem para onde vai e donde vem o ribeirão da minha aldeia, 
 que pertence a menos gente 
 mas nem por isso é mais livre ou menos sujo. O ribeirão da minha aldeia 
 foi sepultado num túmulo de pedra para não ferir os olhos nem molhar os inventários da implacável boa gente da minha aldeia, mas, para aqueles que vêem em tudo o que lá não está, 
 a memória é o que há para além do riberão da minha aldeia e é a fortuna daqueles que a sabem encontrar. Não penso em mais nada na miséria desse inverno gelado estou agora de novo em pé sobre o ribeirão da minha aldeia.

Contos: "O engraçado arrependido" de Monteiro Lobato

Monteiro Lobato conta em "O engraçado arrependido" a história trágica de um homem que não consegue se livrar do papel de palhaço da cidade, papel que interpretou com maestria durante 32 anos na sua cidade interiorana. Pontes é um artista, um gênio da comédia e por motives de espaço coloco aqui só o miolo da introdução em que o narrador descreve o ser humano como “o animal que ri” e descreve a arte do protagonista: "Em todos os gestos e modos, como no andar, no ler, no comer, nas ações mais triviais da vida, o raio do homem diferençava-se dos demais no sentido de amolecá-los prodigiosamente. E chegou a ponto de que escusava abrir a boca ou esboçar um gesto para que se torcesse em risos a humanidade. Bastava sua presença. Mal o avistavam, já as caras refloriam; se fazia um gesto, espirravam risos; se abria a boca, espigaitavam-se uns, outros afrouxavam os coses, terceiros desabotoavam os coletes. E se entreabria o bico, Nossa Senhora! eram cascalhadas, eram rinchavelhos, e...