[Esse é um assunto bem passado, mas um excelente post no Descurvo me motivou a escrever essas breves notas cansadas. Lá fora o circo continua comendo solto com o palhaço bufão Jefferson e o palhaço triste Zé Dirceu no centro do picadeiro.]
O PT paga hoje seus anos de atuação como "UDN de macacão" [sábias palavras do Brizola], agora que se transformou num PTB de gravata? Acho que nem isso. O julgamento do mensalão na mídia não passa de uma novela de baixa audiência e os indignados de hoje serão os pragmáticos de amanhã e a cortina de fumaça continua ocultando a natureza do sistema que mantém as coisas como estão.
Li recentemente um artigo muito interessante sobre a situação política no México e, com todas as diferenças, o que há é um longo processo de "reformas" políticas dominado sempre pelo velho PRI em nome da continuidade. Continuidade de quê?
No caso brasileiro, na superfície fica a continuidade daquilo que veio de Minas Gerais com Eduardo Azeredo, Clésio Andrade e companhia e continuou com as articulações entre PT e PL/PP/PTB sob a batuta de José Dirceu: o uso de dinheiro do caixa 2 de empresas para amarrar o processo político a grupos econômicos [e se alguém aqui e ali fala de PSDB mineiro e se mesmo alguns bancos estão no julgamento do mensalão, NINGUEM parece interessado em saber de que caixa 2 de que empresas veio todo esse rio de dinheiro.
Só que além desse problema mais imediato, num nível mais complexo, a continuidade no caso é a da "governança corporativa" que o capitalismo tardio promove em todas as esferas políticas. Brincamos de eleições mas as decisões realmente cruciais sobre nossas vidas estão sendo tomadas em esferas onde o cidadão comum não tem acesso nem pelo elevador de serviço. Esse processo de esvaziamento da política não é um problema especificamente brasileiro nem latino-americano. Ele existe, com suas particularidades, na Espanha, Israel, no Egito, nos EUA, na França, na Inglaterra, na Grécia, na Rússia, etc. Não sei se renderia uma boa novela, mas que sabe pelo menos um filme interessante?
O PT paga hoje seus anos de atuação como "UDN de macacão" [sábias palavras do Brizola], agora que se transformou num PTB de gravata? Acho que nem isso. O julgamento do mensalão na mídia não passa de uma novela de baixa audiência e os indignados de hoje serão os pragmáticos de amanhã e a cortina de fumaça continua ocultando a natureza do sistema que mantém as coisas como estão.
Li recentemente um artigo muito interessante sobre a situação política no México e, com todas as diferenças, o que há é um longo processo de "reformas" políticas dominado sempre pelo velho PRI em nome da continuidade. Continuidade de quê?
No caso brasileiro, na superfície fica a continuidade daquilo que veio de Minas Gerais com Eduardo Azeredo, Clésio Andrade e companhia e continuou com as articulações entre PT e PL/PP/PTB sob a batuta de José Dirceu: o uso de dinheiro do caixa 2 de empresas para amarrar o processo político a grupos econômicos [e se alguém aqui e ali fala de PSDB mineiro e se mesmo alguns bancos estão no julgamento do mensalão, NINGUEM parece interessado em saber de que caixa 2 de que empresas veio todo esse rio de dinheiro.
Só que além desse problema mais imediato, num nível mais complexo, a continuidade no caso é a da "governança corporativa" que o capitalismo tardio promove em todas as esferas políticas. Brincamos de eleições mas as decisões realmente cruciais sobre nossas vidas estão sendo tomadas em esferas onde o cidadão comum não tem acesso nem pelo elevador de serviço. Esse processo de esvaziamento da política não é um problema especificamente brasileiro nem latino-americano. Ele existe, com suas particularidades, na Espanha, Israel, no Egito, nos EUA, na França, na Inglaterra, na Grécia, na Rússia, etc. Não sei se renderia uma boa novela, mas que sabe pelo menos um filme interessante?
Comments
A diferença entre os dois principais partidos é uma questão de ênfase em certos pontos, mas eu penso que votar é escolher entre as opções (não é uma identificação visceral com os candidatos/partidos).
Eu não dedico minha energia para uma participação política mais efetiva, me mantenho no mínimo (o voto, e a declaração dele para meu círculo de conhecidos). Considero que não votar por motivos "puristas" seria ingênuo.