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Outro poema campeão, de Murilo Mendes, perfeito para o dia:
Come, sweet rain
Frank O’Hara
The
blueness of the hour
when the
spine stretches itself
into a
groan, then the golden cheek
on the
dirty pillow, wrinkled by linen.
Odor of
lanolin, the flower
pressed
between thundering doubts of self,
cleaving
fresh air through the week
and
loading hearts to the millennium.
Go, sweet
breath! come, sweet rain,
bewildering
as a tortoise
embracing
the Indian ocean,
predictable
as a porpoise
diving
upon his mate in cool
water
which is not a pool.
Bewildering as a tortoise! |
Amor também é cultura: esse golfinho cabeçudo se chama [em inglês] Porpoise! |
Outro poema campeão, de Murilo Mendes, perfeito para o dia:
Cantiga de Malazarte
Eu sou o olhar que penetra nas camadas do mundo,
ando debaixo da pele e sacudo os sonhos.
Não desprezo nada que tenha visto,
todas as coisas se gravam pra sempre na minha cachola.
Toco nas flores, nas almas, nos sons, nos movimentos,
destelho as casas penduradas na terra,
tiro os cheiros dos corpos das meninas sonhando.
Desloco as consciências,
a rua estala com os meus passos,
e ando nos quatro cantos da vida.
Consolo o herói vagabundo, glorifico o soldado vencido,
não posso amar ninguém porque sou o amor,
tenho me surpreendido a cumprimentar os gatos
e a pedir desculpas ao mendigo.
Sou o espírito que assiste à Criação
e que bole em todas as almas que encontra.
Múltiplo, desarticulado, longe como o diabo.
Nada me fixa nos caminhos do mundo.
Poemas, 1925-1929
Comments
Mas, sobre o igrêis, tô estudando há tanto tempo e sempre não sei o que mais importa para entender as coisa! Aiai!, Google Tradutor que me salva e me condena!