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Acharam o esqueleto de Ricardo III

Acharam o esqueleto de Ricardo III. Eu me lembrei de Jeff Conboy, um querido amigo que eu descobri ter sido morto pelo câncer numa viagem recente à cidade, quando já não havia mais sombra dele na cidade. Jeff me introduziu a muitas maravilhas de Shakespeare em Belo Horizonte. Eis o trecho do começo da peça em que o rei vilão fala de si mesmo e do seu corpo disforme:
 
Aqui o texto inteiro da peça. 
E me lembrei também de uma colagem que fiz em cima de esqueletos mortos pela peste negra:

Colagem de minha autoria: A corrosão do tempo


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E me lembrei também de um velho poema meu:
Cantiga da fratura exposta


Faustus: Where are you damn’d?
Mephistophilis: In Hell.
Faustus: How comes it then that thou art out of hell?
Mephistophilis: Why this is hell, nor am I out of it.


Pobre esqueleto enterrado  em mim,
sonha em ser livre e não sabe:
do corpo ao caixão,
mudamos de cela;
A morte não leva a nada.

Comments

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Li na primeira postagem mas não comentei. Agora faço: a imagem de um esqueleto em fuga é fantástica!
Obrigado, Norma!

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