Quando minha digníssima expôs aqui em Babylon uma série de xilogravuras e outras coisas complicadas de explicar sobre o mesmo tema [Cidades Não-Planejadas/Unplanned Cities], havia uma peça interativa na qual as pessoas podiam de alguma maneira responder ao trabalho escrevendo ou desenhando pequenos comentários em pedacinhos de papel. Indianos, gregos, turcos, italianos ou pessoas que tinham ido a esses países reconheciam nessas paisagens urbanas partes de suas cidades natais.
Todas as cartas de amor são Ridículas. Álvaro Campos O Tietê é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia, mas o Tietê não é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia porque não corre minha aldeia. Poucos sabem para onde vai e donde vem o ribeirão da minha aldeia,
que pertence a menos gente
mas nem por isso é mais livre ou menos sujo. O ribeirão da minha aldeia
foi sepultado num túmulo de pedra para não ferir os olhos nem molhar os inventários da implacável boa gente da minha aldeia, mas, para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
a memória é o que há para além do riberão da minha aldeia e é a fortuna daqueles que a sabem encontrar. Não penso em mais nada na miséria desse inverno gelado estou agora de novo em pé sobre o ribeirão da minha aldeia.
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