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Diário da Babilônia - Bibliotecas


Moro em uma cidade de mais ou menos 200.000 habitantes no nordeste dos Estados Unidos. A minha cidade conta com uma biblioteca pública central no centro da cidade e quatro filiais localizadas em bairros diferentes. Entre 2000 e 2012 a circulação nas bibliotecas públicas de New Haven per capita aumentou em 51%, enquanto no mesmo período ela diminuiu uma média de 17% nas cidades circundantes [Hamden, East Haven, North Haven e West Haven, todas elas “coladas” em New Haven, formando com ela uma zona metropolitana de mais ou menos 1 milhão de pessoas]. 

Do ponto mais distante de New Haven até o centro gasta-se no máximo uma hora a pé ou quinze ou vinte minutos de ônibus. Mesmo assim as filiais tem prédios novos e modernos – e três delas ficam no coração dos bairros mais humildes da cidade [cidade que tem mais ou menos a metade dos seus habitantes vivendo abaixo da linha da pobreza]. Isso mesmo: New Haven é pobre e por isso sua população precisa de opções de lazer de baixo custo e é isso mesmo que as bibliotecas da cidade oferecem: lazer e cultura.  
Courtland & Wilson fica num dos bairros mais pobres de New Haven, chamado "The Hill", ganhou um prédio novo em 2006

Minha família visita a biblioteca central semanalmente – a pedido das crianças, que adoram o espaço delas na biblioteca com computadores, mesas de atividades, leituras públicas, xadrez, hora do lego, DVDs e revistas. Lá elas escolhem o que querem ler, portanto nada “educativo”, que muitas vezes é sinônimo de moralista ou simplesmente chato. Lá eles convivem com outras crianças da cidade e mesmo se encontram com colegas da escola. 
A biblioteca central, reformada e reaberta em 1990


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