Belo Horizonte de Água nascem limpas as cabeceiras do Barreiro o Olaria e o Clemente que depois jazem imundos no túmulo do Arrudas brotam doces o Jatobá o Olhos D’Água e o Água Branca que depois escorrem podres da boca do Arrudas o Cercadinho e o Tijuco chegam frescos ao mundo e despencam depois moribundos pelas barrancas do Arrudas o Leitão e o Pastinho saem da terra cristalinos e depois se entrevam adoecidos no leito do Arrudas minam puros da encosta o Cercadinho o Cardoso e o Serra que dos tubos solapados vazam mortos para o ventre duro do Arrudas vertem água cristalina o Itaituba o Taquaril o Cafundó e o Olaria e escoam a fragrante bílis negra da vesícula cancerosa do Arrudas. o Britos e até o Acaba Mundo são paridos água aguda branda e adamantina que é então assassinada a sangue frio nos intestinos dessa áspera cidade que semeia desertos de asfalto concreto e pedra que cobre os morros que desce...
Basicamente, mas não exclusivamente literatura: prosa e poesia.