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O tamanho do nosso buraco

Eis os membros do primeiro Conselho Federal de Cultura: Adonias Filho, Afonso Arinos, Ariano Suassuna, Armando Schnoor, Arthur Reis, Augusto Meyer, Cassiano Ricardo, Clarival Valladares, Djacir Lima Menezes, Gilberto Freire, Gustavo Corção, Hélio Viana, João Guimarães Rosa, José Cândido de Andrade Muricy, Josué Montello, D. Marcos Barbosa, Manuel Diegues Junior, Moysés Vellinho, Otávio de Faria, Pedro Calmon, Rachel de Queiroz, Raymundo de Castro Maia, Roberto Burle Marx e Rodrigo Mello Franco. Foram indicados [pelo menos oficialmente] pelo General Costa e Silva, talvez o mais bronco dos milicos que nos governaram ditatorialmente por mais de 20 anos sem terem sido eleitos pelo voto popular.

Está na cara que não foram pessoalmente escolhidos pelo presidente, que delegou a alguém que entendia o assunto buscar os nomes. O perfil da maioria é conservador, mas ser conservador não é sinônimo de ser analfabeto funcional ou imbecil. Todos tinham ampla experiência na área da cultura e conhecimento para exercer o cargo.

Dá para ter uma medida do tamanho e a profundidade do buraco em que nos metemos com Bolsonaro? Se o governo durar quatro anos, a destruição será tão grande que temo que nunca mais conseguiremos recuperar o tempo de perdido. Porque a cultura é apenas mais uma entre várias áreas comandadas por desqualificados. A destruição atinge áreas que já tinham sido fortemente afetadas desde a administração de FHC.

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