Declaração de Bens
A vida como eu conheço é a única vida que eu sei que existe
e não vale a pena.
A vida é uma só, como acontece é assim uma vez só e nunca mais
e não vale a pena.
Querer saber porque e porque não e para que serve tudo isso aqui
não vale a pena.
É tudo um imenso desperdício de energia de ilusão de sofrimento,
a vida como eu conheço aqui e agora não vale a pena.
Estúpida e lenta passa devagar até que não deixamos mais que um traço
se deixarmos um traço e é melhor nem deixar um só traço
e ainda bem que é assim
porque se deixássemos mais que um traço depois de irmos embora
poderíamos enganar, não a nós mesmos, mas aos outros que ficam para trás,
como eu agora estou aqui atrás,
esperando a hora de ir em frente
e parar de ir em frente.
Porque ir em frente é um engano terrível,
uma completa perda de tempo.
Sinto muito, mas assim são as coisas como eu as conheço
e eu não posso saber das coisas diferentes de como eu as conheço.
Levamos quarenta, dez, sessenta anos,
a vida inteira, sem saber;
porque quando finalmente entendemos, se percebemos,
descobrimos que não vale a pena
e quando descobrimos que não vale a pena
somos mais um na imensa estatística dos perdidos
dos desperdiçados, dos banidos do céu e do inferno,
dos duramente esquecidos pelos que ficam aqui atrás.
Toma muita coragem mas é um gesto só de coragem e basta,
mas é preciso coragem demais para perder o chão e não é fácil
dar esse ultimo passo vale a pena;
tem que valer a pena porque depois não há mais nada.
Nada a perder depois; nada.
Nada a fazer depois;
Nada.
A vida como eu conheço é a única vida que eu sei que existe
e não vale a pena.
A vida é uma só, como acontece é assim uma vez só e nunca mais
e não vale a pena.
Querer saber porque e porque não e para que serve tudo isso aqui
não vale a pena.
É tudo um imenso desperdício de energia de ilusão de sofrimento,
a vida como eu conheço aqui e agora não vale a pena.
Estúpida e lenta passa devagar até que não deixamos mais que um traço
se deixarmos um traço e é melhor nem deixar um só traço
e ainda bem que é assim
porque se deixássemos mais que um traço depois de irmos embora
poderíamos enganar, não a nós mesmos, mas aos outros que ficam para trás,
como eu agora estou aqui atrás,
esperando a hora de ir em frente
e parar de ir em frente.
Porque ir em frente é um engano terrível,
uma completa perda de tempo.
Sinto muito, mas assim são as coisas como eu as conheço
e eu não posso saber das coisas diferentes de como eu as conheço.
Levamos quarenta, dez, sessenta anos,
a vida inteira, sem saber;
porque quando finalmente entendemos, se percebemos,
descobrimos que não vale a pena
e quando descobrimos que não vale a pena
somos mais um na imensa estatística dos perdidos
dos desperdiçados, dos banidos do céu e do inferno,
dos duramente esquecidos pelos que ficam aqui atrás.
Toma muita coragem mas é um gesto só de coragem e basta,
mas é preciso coragem demais para perder o chão e não é fácil
dar esse ultimo passo vale a pena;
tem que valer a pena porque depois não há mais nada.
Nada a perder depois; nada.
Nada a fazer depois;
Nada.
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Amigo desconhecido.