Estou lendo um texto interessantíssimo sobre Don Quixote e, como quase todo texto interessantíssimo, ele tem pequenas pérolas espalhadas por ele, pequenos pedaços de reflexão que saltam do texto e vão se pregar em outro canto da minha cabeça – escrevi, por exemplo, um par de parágrafos sobre os filmes de Iñárritu depois de uma dessas passagens, sobre uma espécie de “estética narrativa da interrupção”. Ainda sobre esse texto, um a referência muito instigante: um par de definições interessantíssimas de um par de críticos que eu não conhecia [Anthony G. Amsterdam e Jerome Bruner]: Para eles, o Script conta a norma, os clichês que saem do que as pessoas em geral acreditam na sociedade de um dado tempo e espaço [o monstro, o tarado, o herói, a mãe, o passional, etc]. Os scripts passam por verdade porque, apesar de às vezes bastante inverossímeis, correspondem às expectativas das pessoas em uma dada situação. As interrupções chamam atenção para o absurdo, as contradições desses scripts; essa...