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Voltaire e McCain



Antes de eleger Bush pela segunda vez, 53% dos americanos achavam que Saddam estava diretamente envolvido no atentado de 11 de setembro. Esse tipo de insanidade coletiva promovida pelo partido republicano está se repetindo com relação a Obama, com a mensagem de que ele é amigo de terroristas e muçulmano. Uma coisa me chamou a atenção quando vi os videos em que John McCain parece ter um momento de lucidez e decide tentar contrapor essa insanidade que sua campanha vem alimentando contra Obama num país em que, ainda por cima, a violência política e racial não é brincadeira [Lincoln e Kennedy não foram os únicos presidentes americanos assassinados e o número de linchamentos nos Estados Unidos era maior que cem até 1900 e maior que 50 até 1922]. Uma velhinha diz a McCain “ele é árabe” e McCain responde “Não, senhora. Ele é um homem decente.” Esse foi o momento de “humanidade” de McCain? Ser árabe ou muçulmano [pelo amor de Deus, quando é que vão aprender que não é a mesma coisa] significa não ser decente?
Vejam então um trecho do Lettres Philosofiques de Voltaire em que ele faz uma parábola veemente contra as religiões organizadas, eis o que aparece sobre os “desumanos” maometanos:

"Since you wish to instruct me," I said to the genius, " tell me if there have been peoples other than the Christians and the Jews in whom zeal and religion wretchedly transformed into fanaticism, have inspired so many horrible cruelties."
"Yes," he said." The Mohammedans were sullied with the same inhumanities, but rarely; and when one asked amman, pity, of them, and offered them tribute, they pardoned. As for the other nations there has not been one right from the existence of the world which has ever made a purely religious war. Follow me now." I followed him.

Quem puder leia o Voltaire todo. Vale a pena.

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