fonte: http://www.yale.edu/ytravel/images/Yale%20Gate.png
II
Eu trabalho em um lugar obcecado com a idéia (que sempre detestei) de exercer esse cargo infame que os americanos chamam ironicamente gatekeeper, ser esse guardião das portas sagradas do panteão da literatura, que diz o que pode e o que não pode entrar. Por exemplo, acho infame essa discussão sobre se letras de MPB são poesia ou não, uma discussão que não acompanhei em detalhes [a vida é curta] mas que me pareceu marcada pelo desejo de alguns de se instituir como gatekeepers da “grande” poesia.
Acho mesmo que num mundo ideal toda a lista de “melhores” de qualquer coisa devia ter o nome do autor/autores no título, como em “Melhores Contos do Século XX para Fulano de Tal”. E quando digo nomes, por favor, estou falando de pessoas físicas – nada de instituições como em, por exemplo, “Os Melhores Poemas Brasileiros para a Acadêmia de São João de Meriti”. Imagino agora gente que conhece minimamente o mundo editorial de verdade (esses são os mais terríveis gatekeepers e ninguém reclama deles) lendo isso, balançando a cabeça e murmurando, “pobre, Paulo, criança inocente...”
II
Eu trabalho em um lugar obcecado com a idéia (que sempre detestei) de exercer esse cargo infame que os americanos chamam ironicamente gatekeeper, ser esse guardião das portas sagradas do panteão da literatura, que diz o que pode e o que não pode entrar. Por exemplo, acho infame essa discussão sobre se letras de MPB são poesia ou não, uma discussão que não acompanhei em detalhes [a vida é curta] mas que me pareceu marcada pelo desejo de alguns de se instituir como gatekeepers da “grande” poesia.
Acho mesmo que num mundo ideal toda a lista de “melhores” de qualquer coisa devia ter o nome do autor/autores no título, como em “Melhores Contos do Século XX para Fulano de Tal”. E quando digo nomes, por favor, estou falando de pessoas físicas – nada de instituições como em, por exemplo, “Os Melhores Poemas Brasileiros para a Acadêmia de São João de Meriti”. Imagino agora gente que conhece minimamente o mundo editorial de verdade (esses são os mais terríveis gatekeepers e ninguém reclama deles) lendo isso, balançando a cabeça e murmurando, “pobre, Paulo, criança inocente...”
Comments