Ainda sobre o texto da Flora Sussekind: uma nova crítica literária eu acho que até existe. Posso dar dois exemplos, extremos opostos em muitas coisas: de um lado o calhamaço de Luís Bueno [História do Romance de 30] e do outro os menos de cem páginas de Fábio Durão [Um diário de idéias]. Os dois são produto da pesquisa universitária recente e tem uma vontade de comunicação além dos maneirismos e do jargão que afastam leitores leigos inteligentes. E não perdem a agudeza crítica por causa disso.
O fato é que a crítica literária e todos os campos da cultura brasileira inclusive a literatura e o cinema têm produzido muito e eu acho que desse muito tira-se alguma coisa boa e de tempos em tempos até coisas excepcionais. Sugiro um experimento: escolha um jornal importante no Brasil na época que você escolher e dê uma rápida conferida no caderno cultural. Para cada ocasional texto de qualidade que você encontra, é preciso nadar num mar de tolices. Não há nada de fundamentalmente errado com o cinema brasileiro; o problema é que filmes muito bons são praticamente ignorados nas bilheterias e às vezes mesmo nos jornais.
O que falta não é gente produzindo coisas boas; o que falta é uma caixa de ressonância poderosa que divulgue essa produção para que ela chegue a um número maior de pessoas, dentro do Brasil e fora.
E falta é claro deixar de lado a nostalgia elitista dos bons tempos em que a maioria das pessoas no Brasil não sabia ler e tinha portanto quase nenhum acesso à literatura escrita e assim a cultura era discutida apenas entre uns duzentos homens de alto nível de cultura, todos com seu título de bacharel e seu emprego na repartição.
O fato é que a crítica literária e todos os campos da cultura brasileira inclusive a literatura e o cinema têm produzido muito e eu acho que desse muito tira-se alguma coisa boa e de tempos em tempos até coisas excepcionais. Sugiro um experimento: escolha um jornal importante no Brasil na época que você escolher e dê uma rápida conferida no caderno cultural. Para cada ocasional texto de qualidade que você encontra, é preciso nadar num mar de tolices. Não há nada de fundamentalmente errado com o cinema brasileiro; o problema é que filmes muito bons são praticamente ignorados nas bilheterias e às vezes mesmo nos jornais.
O que falta não é gente produzindo coisas boas; o que falta é uma caixa de ressonância poderosa que divulgue essa produção para que ela chegue a um número maior de pessoas, dentro do Brasil e fora.
E falta é claro deixar de lado a nostalgia elitista dos bons tempos em que a maioria das pessoas no Brasil não sabia ler e tinha portanto quase nenhum acesso à literatura escrita e assim a cultura era discutida apenas entre uns duzentos homens de alto nível de cultura, todos com seu título de bacharel e seu emprego na repartição.
Comments
Não é tão ruim: a gente não teria cabeça pra absorver tudo o que se produz. Também não sei se é necessário ter uma linha certa, uma "onda" principal que catalize o que for mais importante.