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As instituições privadas de ensino superior com fins lucrativos conseguem seus “clientes” através do sistema de ajuda financeira do governo, mas preparam profissionais que, especialmente numa economia em crise, não conseguem emprego depois que se formam e assim não conseguem pagar pelos empréstimos. O problema se agrava quando levamos em consideração que o desemprego entre jovens entre 16 e 24 anos de idade chega a 18.1% (dados de maio), quase o dobro da taxa nacional de 9.7 %.
Quem não consegue pagar esse tipo de empréstimo [que só começa a ser cobrado após a formatura] sofre: torna-se inelegível para qualquer tipo de ajuda federal e pode ver, por exemplo, sua restituição do imposto de renda virar pó, além de ter péssimos “credit records” que dificultam a vida nos Estados Unidos aumentando os juros cobrados em qualquer compra ou mesmo impossibilitando empréstimos e o uso do cartão de crédito.
Estamos falando de um buraco de 50.8 bilhões de dólares em empréstimos não pagos só em 2009, dos quais o governo só conseguiu reaver 6.2 bilhões até agora. O dinheiro, embolsado por instituições privadas na cobrança das mensalidades, vai ser agora pago pelo contribuinte, em mais um caso desse curioso sistema em que vivemos, ferozmente capitalista na hora dos lucros e tristemente socialista na hora dos prejuízos.

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