Leiam por favor com cuidado:
“America does not go abroad in search of monsters to destroy. She is the well-wisher to freedom and independence of all. She is the champion and vindicator only of her own.”
Esse é um trecho famoso de discurso no congresso Americano feito em 1821 por John Quincy Adams (1767 - 1848), diplomata e político influente, sexto presidente dos Estados Unidos.
Traduzo agora para o português e aproveito para incluir um “mas” entre a segunda e a terceira frases, digamos que a título de ajuda aos leitores menos sutis:
“A América não vai ao exterior em busca de monstros a ser destruídos. Ela deseja de coração liberdade e independência a todos, mas é defensora e vingadora apenas de si mesmo.”
Pausa para tomar ar.
Lendo as manifestações de espanto e indignação com as notícias recentes, não sei o que me espanta mais: o infindável blablabla sobre as intenções nobres dos Estados Unidos e da Europa em suas mirabolantes aventuras imperiais ou a estupidez de quem acredita nessa conversa fiada e ainda fala de amizades fraternas e alianças indissolúveis com os senhores do mundo. Aos americanos indignados com o uso de tortura após 2001 eu simplesmente pergunto: você já ouviu falar na Escola das Américas? No caso de um estadounidense pode ser ingenuidade, mas para um latino americano é estupidez mesmo.
E há gente que reclama que os Estados Unidos colocaram em segundo plano suas relações com a América Latina. Eu acho que isso é motivo, sim, de celebração e devia ser encarado como uma oportunidade de escapar o máximo possível do abraço de urso dos gringos. Uma aliança fraternal entre uma nação latino-americana e os Estados Unidos é o equivalente a uma aliança fraternal entre Polônia e Rússia. Em linguagem de dia de semana: nós entramos com o traseiro e eles com o pé.
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