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Antas bolsonárias e o país da harmonia racial

Depois de Mayara Petruso, Flavinha Amorim. Frustradas com a derrota de José Serra e do Fluminense, as duas usaram o twitter para dar asas a aspectos muito feios e tristes da cultura brasileira. Quase sinto vontade de agradecer às essas duas antas, porque o caso aqui não tem nada a ver nem com votar em José Serra ou Dilma Roussef nem com torcer pelo Fluminense ou não gostar de Ronaldinho Gaúcho. Tem a ver com uma mistura perversa de RASCISMO e CLASSISMO que sobrevive no Brasil principalmente graças ao seu caráter mais ou menos estrategicamente enrustido que se revela numa esquizofrenia: 99% dos brasileiros dizem que o país é racista e 99% dizem que não são racistas. Não vamos portanto fingir que a dupla de "universitárias" - vale a pena pensar na forma como as duas se identificaram - são parte desse misterioso 1% de preconceituosos que conseguem transformar um país inteiro num país racista. Está mais que na hora das pessoas pararem de fingir que o problema - sério, urgente, inadiável - vive lá na África do Sul e que basta investir no ensino básico para que tudo se resolva no Brasil. Muito pelo contrário: quanto mais forte a presença de negros e pardos na classe média, mais esse enrustimento tende a explodir em manifestações "bolsonárias" como as de Mayara Petruso e Flavinha Amorim.

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