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Prosa minha 2

[continuando o texto anterior...]

Ninguém sabe onde fica a curva depois da qual os caminhos param de se bifurcar e a gente se vê obrigado a seguir sempre em frente até o fim. Alguns nem sabem que essa curva existe, e seguem assim até que passe a tal curva. A partir daí, avistamos uma dolorosa ladeira descendo em linha mais ou menos reta até um ponto final que, por mais distante que pareça, fica então perfeitamente visível. Hoje percebi que acabei de passar por essa curva. Isso não quer dizer que não haja escolhas. Há muitas maneiras de se descer uma ladeira. As opções são combinações possíveis numa linha contínua entre dois extremos: de um lado solta-se o corpo sem freio para abraçar num trompaço vertiginoso o que fica lá embaixo; do lado oposto, vamos descendo bem devagarinho, o freio de mão todo puxado, a pastilha do freio queimando fumaça até o osso, até o limite do impossível.

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