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Rir para não chorar: quebrando um tabu

Sexta-feira 13, aniversário do AI-5. Hoje pela primeira depois de quase dez anos vou quebrar meu juramento de nunca escrever nem comentar sobre o violento esporte bretão que já ocupa espaço demais nesse mundo.


Laudo do Tribunal Celestial da Justiça Esportiva de autoria do Desembargador Abdúlio Ferreira Neto:

Influenciado pelo clima sanguinário de Sta Catarina jovem arrimo de família vai do Sax-Gospel ao Heavy-Mental
1. Uma vez que o recente tumulto entre torcedores na partida entre o Clube Atlético Paranaense e o Clube Regatas Vasco da Gama aconteceu num estádio em Santa Catarina, o tribunal punirá o Criciúma Esporte Clube [única equipe catarinense na competição] com a perda de dez pontos e multa convertida em pelotas de carvão mineral. Está claro que os ares bélicos dos catarinenses contaminaram de tal forma os torcedores que até um pacífico saxofonista de igreja evangélica e arrimo de família pegou numa barra de ferro com um prego na ponta para bater num sujeito desacordado no chão. Não podemos ser absolutamente coniventes com a violência nos estádios e por isso o Criciúma tem que ser punido exemplarmente.

Márcio Atalaia, antes conhecido como Héverton
2. Quanto ao caso da escalação ilegal do jogador conhecido até hoje  por “Héverton” pela Associação Portuguesa de Desportos, há quem tenha citado o caso da escalação de jogador do Cruzeiro Esporte Clube também sem condições de jogo por suspensão. Entretanto, a situação é completamente diferente. O jogador do Cruzeiro atende profissionalmente por um apelido leguminoso [Feijão] e nesse caso a regra é clara: a punição é o pagamento de multa convertida em produtos não-perecíveis de uma das fazendas da família Perella, pagamento que aliás estava sendo feito na sucursal do Tribunal Celestial no Espírito Santo há poucos dias. O jogador da Portuguesa sequer usa apelido no exercimento da profissão e ainda por cima atende por “Héverton,” o que agrava ainda mais a  situação do clube porque o ministro dos esportes Aldo Rebelo é um defensor contumaz da língua portuguesa e recentemente protocolou um adendo ao código esportivo brasilíco que exige o abrasileiramento de nomes estrangeirizantes de jogadores suspensos e escalados indevidamente. A mudança [no caso o jogador “Héverton” deveria passar a atender “Márcio Atalaia”] teria que ser protocolada em cartório pelos menos 13 horas depois da sentença, o que não ocorreu. 

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