Os representantes das massas em três movimentos
I
É um grupo muito sério
de pessoas muito sérias
com assuntos muito sérios
para perder tempo com você.
Na engorda ou na espreita,
mosca batendo a cabeça
na vidraça do mercado,
você come cru ou azedo
e não sabe nem quer saber
e rouba no preço e rouba no peso
e rouba na nota e rouba no frete
e tem pressa e tem medo
e não vale muito mais
que esse coração submerso.
II
Quando tem tempo demais
sai correndo, derrubando
estabanado tudo que vale a pena.
Quando tem tempo de menos
dorme seus sonhos mofados,
sempre comendo migalhas,
a água subindo até o pescoço
e a cabeça enterrada na areia.
Hoje você é pasto apaixonado
pelo gado; amanhã será
óleo na máquina pasma
que vende a geléia da verdade
e o elixir do tempo perdido
de quatro em quatro anos.
III
São pessoas muito sérias,
não se encontram no momento
mas retornam assim que puder.
A janela está fechada;
ruge o trânsito lá fora.
Paciência, meu amigo:
não chegou a sua hora.
Você precisa ter fé,
quem alcança sempre espera
se não morre no caminho:
esse mesmo verme que te come
rói também aos poucos
a medula muito séria
dessa gente muito séria.
[ainda vou ter que mudar muita coisa e me debruçar nesse poema em três partes muito tempo. Agora não dá e além do mais quem sabe se alguém me dá uma luz?]
I
É um grupo muito sério
de pessoas muito sérias
com assuntos muito sérios
para perder tempo com você.
Na engorda ou na espreita,
mosca batendo a cabeça
na vidraça do mercado,
você come cru ou azedo
e não sabe nem quer saber
e rouba no preço e rouba no peso
e rouba na nota e rouba no frete
e tem pressa e tem medo
e não vale muito mais
que esse coração submerso.
II
Quando tem tempo demais
sai correndo, derrubando
estabanado tudo que vale a pena.
Quando tem tempo de menos
dorme seus sonhos mofados,
sempre comendo migalhas,
a água subindo até o pescoço
e a cabeça enterrada na areia.
Hoje você é pasto apaixonado
pelo gado; amanhã será
óleo na máquina pasma
que vende a geléia da verdade
e o elixir do tempo perdido
de quatro em quatro anos.
III
São pessoas muito sérias,
não se encontram no momento
mas retornam assim que puder.
A janela está fechada;
ruge o trânsito lá fora.
Paciência, meu amigo:
não chegou a sua hora.
Você precisa ter fé,
quem alcança sempre espera
se não morre no caminho:
esse mesmo verme que te come
rói também aos poucos
a medula muito séria
dessa gente muito séria.
[ainda vou ter que mudar muita coisa e me debruçar nesse poema em três partes muito tempo. Agora não dá e além do mais quem sabe se alguém me dá uma luz?]
Comments