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Perguntas. perguntas, perguntas...

"Quem aqui não teve uma namoradinha que precisou abortar? Meus amigos, vamos encarar a vida como ela é."

Sergio Cabral, governador do Rio de Janeiro, ontem, durante evento com empresários via João Villaverde.

Três perguntas:

1. Quando ele disse "namoradinha" se referia exatamente a que tipo de relacionamento? Qual é a diferença entre uma namorada e uma namoradinha? Seria o aborto um assunto de namoradinhos [ou de cinquentões nostálgicos]? Ou seria um assunto mais de namoradinhas? Seria também assunto de namoradas? As outras mulheres, que não são namoradas ou namoradinhas, não tem nada com o assunto? Será que a Igreja é tão contra a legalização do aborto porque nunca teve namoradinhas? Será que a Igreja nunca teve namoradinhas?

2. Parece que ele estava naquele momento falando a um público exclusivamente masculino. Por que não havia empresárias no evento? Se pelo menos 20% do público na sala onde a declaração foi feita fosse feminino, o governador diria a mesma coisa?

3. Vamos encarar a vida de quem como ela é? A minha, a sua, a do governador, a dos empresários? Ou estaria o governador se referindo aos contos de Nelson Rodrigues? Ou teria o governador se transformado momentaneamente em um personagem de Nelson Rodrigues?

Comments

Luis Heitor. said…
Esta foi sem dúvida uma maneira infeliz, populista e machista de tratar um assunto tão sério...O diminutivo foi barra pesada. Quanto a igreja , esta não se preocupa , pois na maioria , não tem namoradinhas e sim namoradinhos(ou namorados..ou sei lá oque!!!!) . Abraços.
Pois é, Luis, e o pior é que a intenção de trazer de volta o debate sem toda a falsa exaltação da campanha eleitoral não era má.
sabina said…
Nelson Rodrigues não morreu!
Luís Heitor said…
Realmente seria ótimo trazer isto fora do momennto de eleições ...Mudando de assunto encontrei o Gui (Éder)na porta do Loyola e disse que talvez você viria neste fim de ano. Se sobrar um tempinho dê notícias ! Abraços.
Quem dera, Luís! Eu não pude ir no verão daqui e as férias de natal são muito curtas. Eu só devo aparecer ano que vem, em junho. Aí a gente põe o papo ao vivo em dia.
Sabina: Nelson Rodrigues nunca morre...

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