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Amor, século XIX - Parte 1


Na falta de médicos ou até mesmo com eles, o Chernoviz era o livro no século XIX. Estou meio com pressa, então entrego a palavra a quem entende do riscado:

" O 'Chernoviz' foi lido e utilizado por pessoas de diferentes categorias sociais e profissionais, para as quais facilitou o entendimento da hermética ciência médica. Figuram aí os donos de boticas, os patriarcas e líderes políticos e religiosos que freqüentemente cuidavam de pessoas doentes e necessitadas (dos quais o famoso padre Cícero é um exemplo), e as matriarcas da elite latifundiária do Império, que cuidavam das pessoas da casa, dos seus agregados e da escravaria. O 'Chernoviz' também serviu como subsídio científico aos autodidatas e às pessoas leigas que exerceram ofícios de cura, chamados pelos médicos acadêmicos de 'charlatães' ou 'curiosos'." (Cotrim Guimarães em Chernoviz e os manuais de medicina popular no Império)

Vou publicar aqui em partes um verbete sensacional do Chernoviz: 

Parte I
"AMOR. Considerar o amor como uma paixão devorante, lembrar seus caracteres conhecidos, descobrir seus segredos, assignalar seus resultados, e indicar os meios de manter este sentimento nos justos limites, tal é o objecto d'este artigo.

O amor é uma disposição innata, instinctiva, e mais ou menos imperiosa. Durante os primeiros annos da existência este sentimento está adormecido, e só se manifesta na época da puberdade. Então, nos adolescentes de ambos os sexos muda a voz, o systema pilloso cobre partes até então impubescentes, as feições adquirem certa expressão, ordinariamente os gostos mudam; emfim, nas meninas a apparição dos menstruos, o desenvolvimento dos seios são ainda mais característicos."

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