Skip to main content

O jogo não acabou

E eu me canso de me explicar às vezes.



Tríptico: "The Human Work Force Clings Dwindling From Automation to the Hope of Relevance"



"Sometimes it is when we stop trying ot understand or interrogate apparently 'absurd' phenomena - like the category of the 'new' in art - that we become more open to them."
Zadie Smith em ensaio sobre Joni Mitchell

"'The bulk of new music struck him as 'atonal and noisy, and sopme of it was like cats walking across the piano,' he said. What he liked was its methods. 'Once you saw the instructions - Incorporate silence, or that everyone was to tune his instrument a little off-key and think about a certain thing, or in a piece of electronic music taht hitting a particular key triggered a series of notes - it might still sound random or chaotic like cats walking across the piano, but the means became fascinating to me,' he said. 'The lesson I got was music doesn't have to be about melody, or the way the Beatles did it, or Western harmony dictates these notes sound good together.'"
Alec Wilkinson entrevistando Trent Reznor sobre seu primeiro contato com música erudita contemporânea

"I want to turn my old way of working on its head and limit myself to things I'm not used to. I want to stumble into something that gives a new way to think."
Trent Reznor

Comments

adorei a terceira citação.

eu não tenho muitos argumentos pra me justificar, mas gosto muito, desde o fim da adolescência, de arte abstrata e musica experimental.
Eu acho que essas afinidades não são para a gente justificar, Sabina. Acho que são desculpas para uma coisa que está além de motivos teóricos. Existe arte abstrata bem e mal realizada e arte não-abstrata bem e mal realizada. Agora porque a gente prefere uma bem realizada à outra bem realizada é questão de... afinidade!

Popular posts from this blog

Contos: "O engraçado arrependido" de Monteiro Lobato

Monteiro Lobato conta em "O engraçado arrependido" a história trágica de um homem que não consegue se livrar do papel de palhaço da cidade, papel que interpretou com maestria durante 32 anos na sua cidade interiorana. Pontes é um artista, um gênio da comédia e por motives de espaço coloco aqui só o miolo da introdução em que o narrador descreve o ser humano como “o animal que ri” e descreve a arte do protagonista: "Em todos os gestos e modos, como no andar, no ler, no comer, nas ações mais triviais da vida, o raio do homem diferençava-se dos demais no sentido de amolecá-los prodigiosamente. E chegou a ponto de que escusava abrir a boca ou esboçar um gesto para que se torcesse em risos a humanidade. Bastava sua presença. Mal o avistavam, já as caras refloriam; se fazia um gesto, espirravam risos; se abria a boca, espigaitavam-se uns, outros afrouxavam os coses, terceiros desabotoavam os coletes. E se entreabria o bico, Nossa Senhora! eram cascalhadas, eram rinchavelhos, e...

Poema meu: Saudades da Aldeia desde New Haven

Todas as cartas de amor são Ridículas. Álvaro Campos O Tietê é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia, mas o Tietê não é mais sujo que o ribeirão que corre minha aldeia porque não corre minha aldeia. Poucos sabem para onde vai e donde vem o ribeirão da minha aldeia, 
 que pertence a menos gente 
 mas nem por isso é mais livre ou menos sujo. O ribeirão da minha aldeia 
 foi sepultado num túmulo de pedra para não ferir os olhos nem molhar os inventários da implacável boa gente da minha aldeia, mas, para aqueles que vêem em tudo o que lá não está, 
 a memória é o que há para além do riberão da minha aldeia e é a fortuna daqueles que a sabem encontrar. Não penso em mais nada na miséria desse inverno gelado estou agora de novo em pé sobre o ribeirão da minha aldeia.

Uma gota de fenomenologia

Esse texto é uma homenagem aos milhares de livrinhos fininhos que se propõem a explicar em 50 páginas qualquer coisa, do Marxismo ao machismo e de Bakhtin a Bakunin: Uma gota de fenomenologia Uma coisa é a coisa que a gente vive nos ossos, nos nervos, na carne e na pele; aquilo que chega e esfria ou esquenta o sangue do caboclo. Outra coisa bem outra é assistir essa mesma coisa, mais ou menos de longe. Nem a mãe de um caboclo que passa fome sabe o que é passar fome do jeito que o caboclo que passa fome sabe. A mãe sabe outra coisa, que é o que é ser mãe de um caboclo que passa fome. Isso nem o caboclo sabe: o que ela sabe é dela só, diferente do caboclo e diferente do médico que recebe o tal caboclo e a mãe dele no hospital. O médico sabe da fome do cabloco de um outro jeito porque ele já ficou mais longe daquela fome um tanto mais que a mãe e outro tanto bem mais que o caboclo. O jeito que o médico sabe da fome daquele caboclo pode ser mais ou menos só dele ainda, mas isso só se ele p...