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Diário de Viagem: Tenochtitlán 1

Claustro de Sor Juana


1. A Cidade do México é única no mundo. Não há lugar no Brasil, por exemplo, que chegue aos pés dela. Aqui estão, numa só cidade, Ouro Preto, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Machu Picchu. Com uma rede imensa de metrô [que custa 25 centavos de dólar ou menos de 70 centavos de real]...



2. O centro da cidade, por exemplo, tem construções magníficas do século XVI, XVII, XVIII e XIX, além de ruínas pré-colonização espanhola [a cidade já era muito grande antes da chegada dos sanguinários de Cortez]. Além disso tem uma confusão de vendedores de rua e gente arrancando um trocado fazendo todo o tipo de performance na rua. E ruas e ruas especializadas no comércio de, por exemplo, papel ou mecânica ou tecidos.


3. Por exemplo, no centro está o convento de Sor Juana, transformado em universidade com direito à um maravilhoso restaurante [o curso de culinária da universidade é famoso]. O convento de San Ildefonso foi transformado em colégio e tem suas paredes cobertas por murais maravilhosos de Orozco e outros muralistas.
Pátio interno de San Idelfonso

A catedral e o Zócalo


4. No centro está, por exemplo, a imensa catedral metropolitana que começou a ser construída em 1534 e foi terminada em 1813 e que dominado um dos lados do gigantesco zócalo [praça central] da cidade.


Entre Bucarelli e Balderas, na praça da Ciudadela, o Danzón

5. No centro também está a maravilhosa ainda que despretensiosa "praça do Danzón", onde gente em geral humilde transforma uma pracinha com cara de interior do Brasil em um animado baile improvisado. Ao som de boleros e cumbias e quetais, homens e mulheres de todas as idades e formato se sentam pelos bancos e fontes da praça e convidam e são convidados para dançar. Vi aí vários casais momentâneos darem, para mim e quem mais estivesse ali, verdadeiros shows de dança. Não falo de pirotecnias exóticas mas de uma execução perfeita e animada do arroz com feijão. E falo de exemplos vivos da busca simples de dois corpos em momentos de prazer por prazer.



6. Isso não é nem um décimo do que o centro da cidade tem a oferecer. Restaurantes antigos, biroscas, ruínas dos astecas, um museu de arte popular sensacional, livrarias etc. Eu já perambulei pelo centro da Cidade do México quatro vezes e tenho a convicção de que ainda não o conheço direito.   

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