Skip to main content

Os anos 80: Lembranças do que nunca aconteceu

-->
Bela Lugosi, undead
Anos 80. Eu tinha sem saber me recuperado sozinho aos trancos e barrancos da minha primeira crise de depressão, mas só queria saber das músicas mais cavernosas e fúnebres que eu pudesse encontrar, além de uma obsessão por dubs de reggae [para quem nnao sabe, um sub-gênero com remixagens com camadas e camadas de eco e toasters, rappers jamaicanos antes do rap existir]. As duas coisas se encontravam na primeira faixa do disco de 1979 de uma banda inglesa com um nome que depois seria muito familiar [fui estudar arquitetura]: Bauhaus.

Hoje no rádio uma conversa supostamente inteligente falava sobre a memória comum de uma dada geração como uma coisa supostamente importante que supostamente não existiria mais em tempos de internet. Essas lembranças sobre uma canção cavernosa que ninguém no Brasil nunca ouviu e mesmo na Inglaterra pouca gente hoje em dia conhece são as memórias de alguém que não compartilhou naquela época com ninguém esses gostos esquisitos. Eu era alguém que não tinha uma turma cavernosa e fúnebre ou de fãs de reggae. Nem tentei. Acho que nem nunca quis.

Os anos oitenta eram uma bela duma porcaria.

Bela Lugosi's Dead
White on white
translucent black capes
back on the rack.
Bela Lugosi's dead

The bats have left the bell tower.
The victims have been bled.
Red velvet lines
the black box.
Bela Lugosi's dead.

Bela Lugosi's dead.

Undead, undead, undead.

The virginal brides
file past his tomb
strewn with time's dead flowers
bereft in deathly bloom.
Alone in a darkened room,
The Count.

Bela Lugosi's dead.

Bela Lugosi's dead.

Bela Lugosi's dead.

Undead, undead, undead.

Undead, undead, undead.

Oh, Bela!
Bela's undead.
Oh, Bela!
Bela's undead.
Bela's undead.
Oh, Bela!
Bela's undead.
Oh, Bela!

Undead.

Comments

Popular posts from this blog

Diário do Império - Antenado com a minha casa [BH]

Acompanho a vida no Brasil antes de tudo pela internet, um "lugar" estranho em que a [para mim tenebrosa] classe m é dia brasileira reina soberana, quase absoluta, com seus complexos, suas mediocridades e sua agressividade... Um conhecido, daqueles que ao inv és de ter um blogue que a gente visita quando quer, prefere um papel mais ativo, mandando suas "id éias" para os outros por e-mail, me enviou o texto abaixo, que eu vou comentar o mais sucintamente possível: resolvi a partir de amanh ã fazer um esforço e tentar, al ém do blogue, onde expresso minhas "id éias" passivamente, tentar me comunicar diretamente com as pessoas por carta... OS ALUNOS DE UNIVERSIDADES PARTICULARES DERAM UMA RESPOSTA; E A BRIGA CONTINUOU ... 1 - PROVOCAÇÃO INICIAL Estudar na PUC:............... R$ 1.200,00 Estudar no PITÁGORAS:..........R$ 1.000,00 Estudar na NEWTON:.....R$ 900,00 Estudar na FUMEC:............ R$600,00 Estudar na UNI-BH:........... R$ 550,00 Estudar na

Uma gota de fenomenologia

Esse texto é uma homenagem aos milhares de livrinhos fininhos que se propõem a explicar em 50 páginas qualquer coisa, do Marxismo ao machismo e de Bakhtin a Bakunin: Uma gota de fenomenologia Uma coisa é a coisa que a gente vive nos ossos, nos nervos, na carne e na pele; aquilo que chega e esfria ou esquenta o sangue do caboclo. Outra coisa bem outra é assistir essa mesma coisa, mais ou menos de longe. Nem a mãe de um caboclo que passa fome sabe o que é passar fome do jeito que o caboclo que passa fome sabe. A mãe sabe outra coisa, que é o que é ser mãe de um caboclo que passa fome. Isso nem o caboclo sabe: o que ela sabe é dela só, diferente do caboclo e diferente do médico que recebe o tal caboclo e a mãe dele no hospital. O médico sabe da fome do cabloco de um outro jeito porque ele já ficou mais longe daquela fome um tanto mais que a mãe e outro tanto bem mais que o caboclo. O jeito que o médico sabe da fome daquele caboclo pode ser mais ou menos só dele ainda, mas isso só se ele p

Protestantes e evangélicos no Brasil

1.      O crescimento dos protestantes no Brasil é realmente impressionante, saindo de uma pequena minoria para quase um quarto da população em 30 anos: 1980: 6,6% 1991: 9% 2000: 15,4%, 26,2 milhões 2010: 22,2%, 42,3 milhões   Há mais evangélicos no Brasil do que nos Estados Unidos: são 22,37 milhões da população e mais ou menos a metade desses pertencem à mesma igreja.  Você sabe qual é? 2.      Costuma-se, por ignorância ou má vontade, a dar um destaque exagerado a Igreja Universal do Reino de Deus e ao seu líder, Edir Macedo. A IURD nunca representou mais que 15% dos evangélicos e menos de 10% dos protestantes como um todo. Além disso, a IURD diminuiu seu número de fiéis   nos últimos 10 anos de acordo com o censo do IBGE, ao contrário de outras denominações, que já eram bem maiores. 3.      Os jornalistas dos jornalões, acostumados com a rígida hierarquia institucional católica não conseguem [ou não tentam] entender muito o sistema