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Belo Horizonte e o trabalho escravo no século XXI [segunda das 3 partes]

Continuando a destrinchar um pouco a lista suja do trabalho escravo de Belo Horizonte:

5.     Tenda Negócios Imobiliários S.A - Belo Horizonte
a.       Dizem no seu portentoso saite que são especialistas em "entregar felicidade" e que são "rigorosos quanto à escolha de materiais de construção e à capacitação permanente de nossa equipe profissional".
b.     Captaram dinheiro do programa Minha Casa Minha Vida que financiou através da Caixa Econômica apartamentos com acabamento ruim e atrasos tremendos.  Além da notícia anteiror, que se refere ao Rio de Janeiro, foram condenados a indenizar uma das suas clinetes/vítimas em Belo Horizonte por atraso. 


6.     Ruby Bar Ltda - Belo Horizonte
a.      Havia um trabalhador em condições de escravidão no local, no centrão de Belo Horizonte [Rua Curitiba esquina com Santos Dumont]. O local é mais conhecido como um hotel/pensão daqueles que cobram R$20 por hora pelo uso de quartos já ocupados por profissionais qualificadas.
b.     A região em questão deve ter a maior concentração de casas de prostituição do mundo e já hospedou gente famosa como Hilda Furacão em outros tempos mais românticos e numa chave muito menos idealizada a sensacional ativista/prostituta Gabriela Leite.
c.      Não consegui descobrir quem é o dono do Ruby, que foi fechado provisoriamente em 2013 por não ter sistema preventivo contra incêndio. Será que o escravo lá encontrado estava trabalhando na reforma em 2014? 


7.     João Batista Rabelo Santos - Sete Lagoas
a.      13 escravos envolvidos em construção civil na cidade, numa boutique de bijouterias no centro da cidade chamada de It- Increment Complementos Da Moda. Foram trazidos da Bahia com promessas de bons salários e foram libertados graças a intervenção do sindicato da construção civil.

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