Skip to main content

Viagem no tempo: tentando por aspas em golpes de estado

Fernando Lugo
"... acá en mi país hubo un cambio de guardia en forma absolutamente normal, constitucional, ajustada a las leyes...  esta transición se hizo a través de un procedimiento constitucional y legal."
Federico Franco em entrevista a jornal argentino em junho de 2012. Franco era vice-presidente e assumiu após a derrubada do presidente Fernando Lugo no Paraguai. Investigado desde 2015 por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e enriquecimento ilícito




Manuel Zelaya
"O mundo inteiro está contra nós, e tudo o que fizemos foi nos livrarmos de um mau presidente."
Manuel Acosta Bonilla em declaração a repórter da The New Yorker em novembro de 2009 sobre o golpe que tirou o presidente Manuel Zelaya do poder em Honduras. Acosta Bonnilla é político e foi ministro em vários governos hondurenhos, sendo o atual representante do país na ONU.




“Não há exagero em afirmar que o novo governo se instala num clima de simpática expectativa e saudável confiança.”
“… o novo presidente deu ao país mais uma razão de confiar em que prosseguiremos no bom caminho percorrido até aqui e que nos há de conduzir a dias ainda melhores” 

Folha de São Paulo, editorial de 30 de outubro de 1969, quando da posse do General Médici 




João Goulart
"PLEASE accept my warmest good wishes on your installation as President of the United States of Brazil. The American people have watched with anxiety the political and economic difficulties through which your great nation has been passing, and have admired the resolute will of the Brazilian community to resolve these difficulties within a framework of constitutional democracy and without civil strife.
The relations of friendship and cooperation between our two governments and peoples are a great historical legacy for us both and a precious asset in the interests of peace and prosperity and liberty in this hemisphere and in the whole world. I look forward to the continued strengthening of those relations and to our intensified cooperation in the interests of economic progress and social justice for all and of hemispheric and world peace."
Mensagem do dia 2 de abril de 1964 do presidente dos Estados Unidos Lyndon Johnson a Ranieri Mazzilli, que substituía o presidente deposto João Goulart 



"Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem." 
Editorial do jornal O Globo em 2 de abril de 1964

Comments

Que dureza.
Acho que para a nossa geração esse momento de golpe institucional tem sido revelador, porque a história do golpe de 64 e do que aconteceu depois foi sempre muito distorcida pelas posições que foram sendo tomadas depois, por exemplo, a partir de 68 ou a partir da crise econômica no governo Figueiredo. Retrospectivamente, as pessoas foram limpando e corrigindo suas posições anteriores e ficou a ideia de que os militares sozinhos tramaram a coisa toda e tomaram o poder sozinhos. Tristemente revelador.
Pedro da Luz said…
Entre vários historiadores brasileiros, o termo que se usa para denominar o golpe de 1964 é de Golpe Civil-Militar, pois houve apoio da sociedade civil...

Popular posts from this blog

Uma gota de fenomenologia

Esse texto é uma homenagem aos milhares de livrinhos fininhos que se propõem a explicar em 50 páginas qualquer coisa, do Marxismo ao machismo e de Bakhtin a Bakunin: Uma gota de fenomenologia Uma coisa é a coisa que a gente vive nos ossos, nos nervos, na carne e na pele; aquilo que chega e esfria ou esquenta o sangue do caboclo. Outra coisa bem outra é assistir essa mesma coisa, mais ou menos de longe. Nem a mãe de um caboclo que passa fome sabe o que é passar fome do jeito que o caboclo que passa fome sabe. A mãe sabe outra coisa, que é o que é ser mãe de um caboclo que passa fome. Isso nem o caboclo sabe: o que ela sabe é dela só, diferente do caboclo e diferente do médico que recebe o tal caboclo e a mãe dele no hospital. O médico sabe da fome do cabloco de um outro jeito porque ele já ficou mais longe daquela fome um tanto mais que a mãe e outro tanto bem mais que o caboclo. O jeito que o médico sabe da fome daquele caboclo pode ser mais ou menos só dele ainda, mas isso só se ele p

Diário do Império - Antenado com a minha casa [BH]

Acompanho a vida no Brasil antes de tudo pela internet, um "lugar" estranho em que a [para mim tenebrosa] classe m é dia brasileira reina soberana, quase absoluta, com seus complexos, suas mediocridades e sua agressividade... Um conhecido, daqueles que ao inv és de ter um blogue que a gente visita quando quer, prefere um papel mais ativo, mandando suas "id éias" para os outros por e-mail, me enviou o texto abaixo, que eu vou comentar o mais sucintamente possível: resolvi a partir de amanh ã fazer um esforço e tentar, al ém do blogue, onde expresso minhas "id éias" passivamente, tentar me comunicar diretamente com as pessoas por carta... OS ALUNOS DE UNIVERSIDADES PARTICULARES DERAM UMA RESPOSTA; E A BRIGA CONTINUOU ... 1 - PROVOCAÇÃO INICIAL Estudar na PUC:............... R$ 1.200,00 Estudar no PITÁGORAS:..........R$ 1.000,00 Estudar na NEWTON:.....R$ 900,00 Estudar na FUMEC:............ R$600,00 Estudar na UNI-BH:........... R$ 550,00 Estudar na

Protestantes e evangélicos no Brasil

1.      O crescimento dos protestantes no Brasil é realmente impressionante, saindo de uma pequena minoria para quase um quarto da população em 30 anos: 1980: 6,6% 1991: 9% 2000: 15,4%, 26,2 milhões 2010: 22,2%, 42,3 milhões   Há mais evangélicos no Brasil do que nos Estados Unidos: são 22,37 milhões da população e mais ou menos a metade desses pertencem à mesma igreja.  Você sabe qual é? 2.      Costuma-se, por ignorância ou má vontade, a dar um destaque exagerado a Igreja Universal do Reino de Deus e ao seu líder, Edir Macedo. A IURD nunca representou mais que 15% dos evangélicos e menos de 10% dos protestantes como um todo. Além disso, a IURD diminuiu seu número de fiéis   nos últimos 10 anos de acordo com o censo do IBGE, ao contrário de outras denominações, que já eram bem maiores. 3.      Os jornalistas dos jornalões, acostumados com a rígida hierarquia institucional católica não conseguem [ou não tentam] entender muito o sistema