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I don't. I don't! I don't hate it! I don't hate it!"

Uma passagem marcante de Absalom, Absalom! hoje em dia me marca de um outro jeito, diferente de antes. É o seguinte diálogo, entre o colega canadense Shreve Cannon e Quentin Compson, num quarto gelado da Universidade de Harvard:

Sol no Assoalho ou The Iron New England Light, 2006
"Tell about the South," said Shreve McCannon. "What do they do there? How do they live there? Why do they?…Tell me one more thing. Why do you hate the South?"

"I don't hate it," Quentin said, quickly, at once, immediately; "I don't hate it," he said. "I don't hate it he thought, panting in the cold air, the iron New England dark: I don't. I don't! I don't hate it! I don't hate it!" 


Ela me marca diferente hoje porque é o que eu sinto hoje a respeito de um país que, num lance de amarga ironia, é parte integrante do meu trabalho e um fantasma inexoravelmente mais apagado ano após ano.

É o que sinto porque todas discussões e bate-bocas sobre o afastamento de Dilma Rousseff da presidência são rituais fúteis frente a um golpe que vai se executando passo a passo, com o respaldo de mídia, congresso e justiça. Tanto faz o que você acha ou deixa de achar sobre um assunto que está, essencialmente, resolvido.

A falta, o erro, a insuficiência são meus também. Detesto aquele ritual pelo qual as pessoas se descolam da cultura de onde vêm e põem-se a criticar um "eles" fantasmagórico que não os incluem. Por isso entendo como Quentin se sente, como talvez Faulkner se sentisse. Além do mais não há mais lugar dentro de mim para esse jogo besta de orgulho e vergonha. Não quero mais isso. Gritar "VERGONHA" fazendo biquinho de Boris Casoy, é um clichê besta que eu não quero repetir.

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