Erwin Panofsky [1892-1968] |
1. Panofsky contrasta curadores e bibliotecários nos Estados Unidos "que se consideram em primeiro lugar como orgãos de transmissão" com os europeus "que se enxergam como guardiões ou conservadores" dos tesouros que guardam em suas instituições.
2. Descreve o ideal da sua profissão como "um espírito de descoberta e experimentação temperados pelos escrúpulos da erudição."
3. Fala sobre as possíveis vantagens da distância e os limites de certas delimitações impostas pela cultura em que estamos inseridos chamando a atenção para os limites que os estudiosos europeus se impunham ao pensar sempre em termos de fronteiras nacionais e regionais e pela distância geográfica e cultural que favoreciam uma abordagem mais livre.
4. Fala da importância de existir em outra língua para ganhar uma perspectiva crítica do uso da própria língua natal: "Ao tentar se fazer compreender em inglês, o historiador da arte educado em alemão percebe que sua terminologia era, às vezes, desnecessariamente obscura ou simplesmente imprecisa."
5. Fala da importância de ser forçado a lidar com o público mais amplo para, de novo, ganhar perspectiva crítica sobre seu próprio trabalho: "... ser convocado para encarar um público não-especializado e não-familiarizado força o estudioso a se expressar, ao mesmo tempo, de maneira mais compreensível e mais precisa."
6. Fala sobre a formação intelectual muito além de qualquer transferência de conteúdo: "... o objetivo do processo acadêmico em si não é transmitir ao aluno um máximo de conhecimento, mas sim um máximo de flexibilidade - não tanto ensinar um assunto, mas um método. [...] ... a capacidade de se transformar num especialista em qualquer domínio que atraia a sua imaginação..."
7. Fala sobre o que eu estava fazendo ali naquela mesa meio nanica no andar destinado às crianças na biblioteca pública: "É principalmente ali onde não temos nada a ver que acabamos encontramos aquilo que precisamos."
Erwin Panofsky, 1952
8. E cita um ditado latino para defender a necessidade do ócio: "Só é livre aquele que não faz nada de vez em quando" [Liber non est qui non aliquando nihil agit]
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