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Poesia minha: Prólogo

Prólogo

No princípio, nada:
Pés fincados no meio do barro.

E veio o verbo, o sexo, o fogo,
a roda, o livro, deuses, anjos e inferno
e o sujeito se levantou, se vestiu
fechou o portão da casa, saiu pro trabalho
e nunca mais voltou.

[Obs. Essa é velha e eu nem gosto mais muito dela; paciência. A gente pare esses filhos e, raquíticos ou não, eles têm que sair pelo mundo afora um dia.]

Comments

Gostei da idéia.
Se você me permite um pitaco, talvez "nunca mais voltou" seja um desfecho grandioso demais.

Relacionar o barro no início com o trabalho no final poderia ajudar na conclusão; gosto do duplo sentido de "sujeito" - o sujeito abstrato, e um sujeito qualquer.
Pitacos são sempre muito bem vindos. Engraçado; confesso que eu adicionei esse último verso com o "nunca mais voltou" um pouco antes de postar. Esse poema existe já há uns dez anos - foi publicado em um livrinho que felizmente nunca saiu de Belo Horizonte. Vou voltar ao "laboratório" e ver o que é que eu faço...
Como você passa do abstrato p/ o cotidiano, achei que o contraste ficaria mais forte se o cotidiano fosse bem banal mesmo, sem conclusões impactantes.
eu gostei. especialmente pelo título. imagina o resto do livro! inimaginável, né?
;))
não, eu não gostei só pelo título. é uma excelente e enxuta composição da desistência. o título só tempera um pouco melhor. mas tempera.
acho que você me entendeu.

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