A beleza em ação: uma marca, um gesto provoca um momento breve e intenso de reconhecimento que atinge qualquer um dos cinco sentidos. A realidade, quando dela nada se espera, nos entrega seu melhor presente: a beleza acidental, improvisada, inacabada, apropriada e absorvida sem culpa nem hedonismo, quase irreconhecível. Num detalhe o sinal de um mundo novo. Daí o desarme rápido das soluções apressadas que resolvem os dilemas mais dolorosos de deus e o mundo com uma dessas barbaridades simplistas – uma teoria, uma citação, uma generalização em abstrato – no fundo em nome apenas de parar de pensar no que dói.
Exemplos de beleza: Minha avó escutando meus medos pacientemente – eu explicava que já tinha preparado a dinamite mas não estava pronto para acender o pavio – e ela então dizendo: quem espera sempre alcança, se não morre no meio do caminho. Eu querendo afugentar do presente os demônios da história e meu pai tentando me ensinar através do exemplo que a gente não é só o que faz mas o que a gente não se dispõe a fazer. Meu filho, este mistério de delicadeza, avesso a tudo o que mais me moveu grande parte da minha vida: rancor, ressentimento, crueldade, vingança. Quando ele chora com um desespero que eu reconheço e compreendo eu quero morrer.
Exemplos de beleza: Minha avó escutando meus medos pacientemente – eu explicava que já tinha preparado a dinamite mas não estava pronto para acender o pavio – e ela então dizendo: quem espera sempre alcança, se não morre no meio do caminho. Eu querendo afugentar do presente os demônios da história e meu pai tentando me ensinar através do exemplo que a gente não é só o que faz mas o que a gente não se dispõe a fazer. Meu filho, este mistério de delicadeza, avesso a tudo o que mais me moveu grande parte da minha vida: rancor, ressentimento, crueldade, vingança. Quando ele chora com um desespero que eu reconheço e compreendo eu quero morrer.
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